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Sarampo: primeira morte é confirmada em São Paulo neste ano

JC Imagem/Folhapress

A cidade de São Paulo confirmou nesta quarta-feira a primeira morte por causa de sarampo na cidade desde 1997. O paciente, um homem de 42 anos morador de Itaquera (zona leste), morreu no dia 17, mas só teve a confirmação do sarampo ontem.

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Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, ele havia passado por cirurgia para retirar o baço, o que aumentava sua vulnerabilidade a infecções. Além disso, ele não tinha registro de vacinação.

O paciente estava fora da faixa etária que é foco da campanha de imunização, entre 15 e 29 anos. Mas isso não quer dizer que quem tem essa idade não precise se vacinar: no estado de São Paulo, a recomendação é que pessoas de 30 a 59 anos tenham tomado uma dose contra o sarampo depois de completarem um ano (veja no quadro ao lado). Ela é aplicada nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde).

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Até ontem, a cidade tinha 1.637 casos da doença confirmados no ano, alta de 24,5% em relação ao total divulgado na semana passada.

A cobertura vacinal de crianças de 6 a 11 meses chegou a 62,9% do público-alvo e, entre os moradores da cidade 15 a 29 anos, a cobertura chegou a 41,4%.

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, disse ontem que, além desse caso, há um outro óbito, de um bebê com menos de um ano que morreu em Pernambuco, que está sendo investigado como sendo de morte causada por sarampo no país.

Cuidados

A infectologista Cláudia Murta de Oliveira, 49 anos, da Clínica Maximune, disse que o cuidado mais importante a se tomar contra o sarampo é se imunizar. “Quem não tem comprovação ou não sabe se foi vacinado deve tomar a dose.” Ela fez questão de afirmar que “as vacinas são os fármacos mais seguros já inventados”.

A médica, que é membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, destaca que o vírus que provoca a doença se dissemina muito facilmente, pela tosse, espirro e até pela fala. E recomendo manter os ambientes ventilados, lavar sempre as mãos e evitar contato com pessoas doentes.

Quando a pessoa tem imunidade baixa, como o paciente que morreu em São Paulo, ela disse que há contraindicação da vacina, mas que é preciso avaliar  caso a caso.

Particulares quase não têm doses

O surto de sarampo provocou uma corrida em busca da vacina e, com isso, a ABCVAC (Associação Brasileira das Clínicas de Vacina) informou que quase não há mais doses da vacina de sarampo nas clínicas da capital. Há expectativa da chegada de mais imunizantes nas próximas semanas, mas em quantidade insuficiente para a demanda.

Na rede privada, a dose varia de R$ 100 (a tríplice, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba) a até R$ 250 (preço cobrado pela tetravalente, que imuniza também contra catapora).  

quem precisa vacinar

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