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Aposentado ainda sofre assédio com crédito consignado

Marcelo Camargo/Agência Brasil

As ligações oferendo crédito consignado, com desconto em folha de pagamento, começaram 24 horas depois de Patrícia Souza se aposentar. “Banco que eu nem sabia que existia oferece crédito de R$ 50 mil. Me senti constrangida, invadida”, afirma.

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Desde abril, bancos e financeiras estão proibidos de oferecer consignado a pessoas aposentadas  por  seis meses após a concessão do benefício. Mas como a norma do INSS não está sendo respeitada, a partir agora, as reclamações dos segurados serão encaminhadas à Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), do Ministério da Justiça, que já abriu processo contra dez empresas com maior número de denúncias.

O aposentado pode denunciar a empresa por meio do portal consumidor.gov.br.  A iniciativa faz parte de um acordo entre a Senacon e o INSS para intensificar a fiscalização da prática abusiva na concessão de consignado. Também estão previstas campanhas educativas e de incentivo para que aposentados denunciem instituições que desrespeitem a norma.

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Os infratores podem ter punição que varia de suspensão do serviço até proibição de operação no mercado. “É justamente a penalidade que vai convencer esses bancos e financeiras a cumprirem a lei”, diz Lílian Salgado, especialista em direito previdenciário.

Desde 2017, o INSS recebeu quase 150 mil reclamações de aposentados e pensionistas que relataram práticas abusivas de empresas financeiras.

O aposentado Antônio Andrade já tem três empréstimos consignados e não para de receber ligações de outras instituições oferecendo mais dinheiro. “Vem de várias partes do país, de São Paulo, do Rio, de Brasília, de Minas… É um bombardeio de oferta e que acaba tentando ludibriar a gente usando termos que a gente nem conhece”, afirma. 

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