Foco

Empresas se recusam a auditar barragens da Vale em Minas

Barragem Menezes 2 foi a única que passou pelas auditorias pedidas Foto: Divulgação

Bloqueios bilionários, contaminação do rio Paraopeba e 296 mortos – entre pessoas já identificadas e desaparecidas. Além de provocar um rastro de destruição e prejuízo em todo o entorno de Brumadinho, na Grande BH, o rompimento da barragem da Vale trouxe uma crise sem precedentes à imagem da companhia, que no ano passado chegou a ser premiada como a melhor empresa de mineração no país. Até agora, seis empresas se negaram a auditar oito barragens que estão em alerta em Minas Gerais.

ANÚNCIO

De acordo com o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais), a Vale pediu mais prazo para cumprir as exigências de uma ação civil pública diante das dificuldades em encontrar uma entidade que avalie as condições de segurança em estruturas com risco de rompimento em Nova Lima, Brumadinho, Barão de Cocais e Ouro Preto – os documentos deveriam ser apresentados no dia 22 de fevereiro. Durante reunião com a mineradora, o órgão alegou que “existem no mercado muitas outras empresas habilitadas para prestar o serviço” e, por isso, “não há impossibilidade para cumprimento da medida”.

De acordo com a coordenadora da Promotoria Estadual de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico, Giselle Ribeiro, a Vale só apresentou informações sobre as condições da barragem Menezes 2, que também fica na Mina do Córrego do Feijão e poderia provocar mais um desastre na região. “Não há comprovação da contratação de auditoria para as demais estruturas e não foi apresentado relatório informando sobre as condições de estabilidade ou não. Também não foi comprovada a elaboração de um novo plano de ações emergenciais para as barragens”, enfatizou.

Recomendados

Completam a lista de estruturas que deveriam ser auditadas Dique B, Capitão do Mato e Taquaras, em Nova Lima; Laranjeiras, em Barão de Cocais; e Forquilha 1, Forquilha 2 e Forquilha 3, em Ouro Preto. Juntas, elas armazenam mais de 59 milhões de metros cúbicos de rejeitos. A coordenadora alegou ainda ser “temerário permitir que as barragens sobre as quais se tem informações de que estão em risco voltem a receber rejeitos”, finalizou.

Tags

Últimas Notícias