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Com estilo direto e diálogo franco com o público, Boechat era muito querido na internet

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Em 9 de agosto de 2018, a Band apresentou o primeiro debate da campanha presidencial. O mediador foi Ricardo Boechat que, com seu estilo direto e bem-humorado, acabou sendo o destaque do programa, às vezes mais que os próprios candidatos. «Voto em Boechat», era o nome da campanha que se formou nas redes sociais.

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Esse foi apenas um exemplo da popularidade que o jornalista da Band, morto nesta quarta-feira (11 de fevereiro) em um acidente de helicóptero, atingiu, graças a seu estilo direto no ar – era âncora do Jornal da Band e da BandNews FM – e também no contato com seu público, sempre franco e bem-humorado.

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Suas respostas ácidas e irônicas – e até as broncas que dava em sua equipe da rádio – lhe renderam esses fãs como o jornalista Boechat. Mas foi o diálogo franco com seus ouvintes e espectadores, inclusive a respeito de momentos difíceis de sua vida, que rendeu-lhe ainda mais respeito.

Depressão

Em agosto de 2015, o jornalista desabafou sobre o motivo que lhe deixou de licença-médica por uma semana: a depressão. O jornalista sofreu o que classificou como «apagão». «Nada na minha cabeça fazia sentido. Nenhum texto era compreensível. Os pensamentos não fechavam e uma pressão insuportável dava a nítida sensação de que o peito ia explodir. Fiquei completamente desnorteado e achei melhor me refugiar no meu camarim e esperar socorro médico», relatou.

No longo texto publicado em seu Facebook, ele fez questão de desmitificar preconceitos em relação à doença. «A depressão não escolhe vítimas por seu grau de instrução ou situação econômica. Castiga sem piedade e da mesma forma pobres e ricos, anônimos e famosos». E aconselhou: » A fadiga é o inimigo comum e recuperar forças passa a ser uma questão de sobrevivência. A experiência mostra que, se não reservarmos um tempo para nos sentirmos bem, sem dúvida depois teremos que dispender tempo passando mal. E foi o que aconteceu. Mas a cura existe. Às vezes requer tratamentos demorados. Mas, como está no texto que eu li, «mentes despedaçadas também podem ser curadas, assim como corações partidos».

 

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