Em 9 de agosto de 2018, a Band apresentou o primeiro debate da campanha presidencial. O mediador foi Ricardo Boechat que, com seu estilo direto e bem-humorado, acabou sendo o destaque do programa, às vezes mais que os próprios candidatos. «Voto em Boechat», era o nome da campanha que se formou nas redes sociais.
ANÚNCIO
Esse foi apenas um exemplo da popularidade que o jornalista da Band, morto nesta quarta-feira (11 de fevereiro) em um acidente de helicóptero, atingiu, graças a seu estilo direto no ar – era âncora do Jornal da Band e da BandNews FM – e também no contato com seu público, sempre franco e bem-humorado.
Recomendados
Cão Joca: morte de cachorro após erro em voo levanta discussão sobre o transporte de animais
Finalmente! Após uma longa espera, estas quatro séries da Netflix vão estrear novas temporadas
PM vira réu por morte de idosa com tiro de fuzil no Morro do Turano (RJ)
Suas respostas ácidas e irônicas – e até as broncas que dava em sua equipe da rádio – lhe renderam esses fãs como o jornalista Boechat. Mas foi o diálogo franco com seus ouvintes e espectadores, inclusive a respeito de momentos difíceis de sua vida, que rendeu-lhe ainda mais respeito.
Depressão
Em agosto de 2015, o jornalista desabafou sobre o motivo que lhe deixou de licença-médica por uma semana: a depressão. O jornalista sofreu o que classificou como «apagão». «Nada na minha cabeça fazia sentido. Nenhum texto era compreensível. Os pensamentos não fechavam e uma pressão insuportável dava a nítida sensação de que o peito ia explodir. Fiquei completamente desnorteado e achei melhor me refugiar no meu camarim e esperar socorro médico», relatou.
No longo texto publicado em seu Facebook, ele fez questão de desmitificar preconceitos em relação à doença. «A depressão não escolhe vítimas por seu grau de instrução ou situação econômica. Castiga sem piedade e da mesma forma pobres e ricos, anônimos e famosos». E aconselhou: » A fadiga é o inimigo comum e recuperar forças passa a ser uma questão de sobrevivência. A experiência mostra que, se não reservarmos um tempo para nos sentirmos bem, sem dúvida depois teremos que dispender tempo passando mal. E foi o que aconteceu. Mas a cura existe. Às vezes requer tratamentos demorados. Mas, como está no texto que eu li, «mentes despedaçadas também podem ser curadas, assim como corações partidos».