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Doria pede alternativa para linha 18-Bronze do Metrô, afirma secretário

Valter Campanato/Agência Brasil

Pela primeira vez, o governo estadual admite a possibilidade de realizar estudos para mudar o sistema previsto para operar a linha 18-Bronze do Metrô, que deve ligar a capital ao ABC, passando por São Caetano, Santo André e São Bernardo. O projeto original prevê a utilização de monotrilho no trecho, que é uma espécie de trens elevados transportados por pneus.

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O secretário estadual dos Transporte Metropolitanos, Alexandre Baldy, disse ontem ao portal “Diário do Transporte” que o DUP (Decreto de Utilidade Pública) para utilização das áreas onde seriam construídos o traçado e as estações venceu. Diante disso, o governo tenta buscar alternativas para manter o projeto viável.

“Por conta da caducidade [vencimento] do decreto de desapropriação, não podemos iniciar o projeto até o final de 2019. Então, é um desafio que temos. Por isso, o governador João Doria nos determinou que buscássemos alternativas afim de que possamos atender a população do ABC. A linha 18 é fundamental, se permanecer no projeto como estava, aguardando a possibilidade da retomada com um novo DUP, ou [tendo que] buscar outras opções, como BRT [Transporte Rápido por Ônibus, em português] ou outro modelo”, disse Baldy.

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Em agosto de 2014, foi assinada a PPP (Parceria Público-Privada) entre o estado e o consórcio Vem ABC, vencedor da licitação para construção e operação. A previsão inicial era começar as obras no mesmo ano e finalizá-las em quatro, mas elas sequer foram iniciadas. O entrave está na obtenção de recurso para as desapropriações ao longo do trecho, estimado em torno de R$ 500 milhões.

Até o fim de 2017, o governo estadual tinha nota baixa de capacidade financeira, o que impedia a contratação de empréstimo internacional. Mesmo com melhor avaliação de crédito, o processo não avançou por todo o ano passado.

O consórcio Vem ABC confirmou que o DUP caducou em novembro do ano passado, mas diz que nele só estava inserida parte das áreas necessárias para implantação da linha. Segundo o grupo de empresas, os lotes não inseridos no decreto (vias públicas, margens do Ribeirão dos Meninos, terrenos municipais e áreas particulares objeto de decreto adicional) perfazem 91% do trecho de vias e 69% das estações. “A emissão do novo decreto não impactará a construção”, alega o Vem ABC.

O consórcio disse que “não tem conhecimento de qualquer movimentação do governo no sentido de abrir a possibilidade de mudar o modal da linha 18-Bronze”, mesmo porque o contrato da concessão “é bastante claro quanto ao seu objeto”.

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