A Câmara de Mauá rejeitou ontem, com 21 votos a um, o pedido para abrir processo de impeachment do prefeito Atila Jacomussi (PSB), que está preso preventivamente há uma semana. Logo após a votação, o presidente da Casa e pai de Atila, vereador Admir Jacomussi (PRP), anunciou que o prefeito protocolou por escrito solicitação de afastamento do cargo por até 15 dias. Com isso, a vice-prefeita, Alaíde Damo (MDB), assume o comando do município. O vereador petista Marcelo Oliveira foi o único a votar pela abertura do processo.
Atila está detido desde a última quarta-feira, quando policiais federais encontraram R$ 87 mil em dinheiro na casa dele durante cumprimento de mandato de busca e apreensão da Operação Prato Feito, que investiga desvio de verba da merenda e de materiais escolares em diversos municípios de São Paulo. O secretário de Governo, João Gaspar (PC do B), também foi preso em flagrante com cerca de R$ 600 mil em espécie em casa.
Atila nega irregularidades no dinheiro, que seria de salários, alugueis de imóveis e pensão. Na sexta-feira, o desembargador Maurício Kato, do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), transformou as prisões por flagrante em preventivas. A defesa do prefeito espera a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre o pedido de habeas corpus para que Atila ganhe liberdade.
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O advogado Paulo Eugênio (PT), que assinou o pedido de impeachment, lamentou a decisão. “Infelizmente, os vereadores ainda acreditam que o prefeito consegue governar da cadeia. Eu acho isso um absurdo, tanto que ele (Atila) reconheceu e pediu afastamento”, disse.
Homem de confiança de Atila e superintendente do Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), Israel Aleixo (PSB) classificou como “oportunista” o pedido de impeachment. “O PT sequer esperou a apuração dos fatos”, disse. Em relação à solicitação de Atila em se afastar do cargo, Aleixo afirmou que a decisão foi tomada para que o prefeito se dedique a defesa na Justiça. “Temos confiança que ele retorne ainda esta semana para as suas atividades.”