Um a cada três adolescentes que bebem iniciou o consumo do álcool entre 11 e 15 anos. No total, 62,3% dos adolescentes admitem o consumo de bebida alcoólica. Os dados foram divulgados em pesquisa realizada pela rede de escolas Microcamp com 2.788 alunos entre 11 e 24 anos. Dentre os adolescentes e jovens ouvidos, o consumo é feito mesmo sabendo do alto risco que a droga traz, já que 71,3% responderam estar cientes dos prejuízos.
Outro ponto que chamou a atenção é o fato de que 52,7% dos entrevistados possuem pessoas com problemas de alcoolismo na família.
A maioria, 70,2%, afirma saber que o hábito traz prejuízo à saúde e uma parcela de 30,3% dos jovens informou que acredita que a bebida alcoólica é porta de entrada para as demais drogas. As bebidas mais consumidas pelos jovens são, pela ordem, vodca, rum e tequila, seguidas por cerveja e vinho.
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Segundo Juliano Santos, gestor do Programa de Recuperação do Instituto Padre Haroldo, o fato de a bebida ser considerada uma “droga de entretenimento” dificulta a empreitada de reduzir o consumo. “É comum a bebida estar presente na maioria das festas.
Muitos não se importam em consumir”, explica. Segundo ele, também existe dificuldade no controle porque trata-se de uma questão cultural. “Ainda existe em algumas famílias, infelizmente, o conceito do pai de que é algo positivo o filho beber com ele, como uma companhia.
É preciso conversar sobre malefícios do álcool”, comenta. Segundo Santos, mesmo que o jovem não se torne um viciado, ele pode ser prejudicado, como em um acidente de trânsito, por exemplo. “Pode ser que essa criança não se torne dependente, mas o álcool pode fazê-la morrer em um acidente de trânsito”, diz. Um dos caminhos, segundo Santos, é adotar medidas semelhantes às que foram tomadas com o cigarro. “
É preciso uma campanha mais severa e uma certa ajuda do governo para mostrar que trata-se de uma droga perigosa. As campanhas reduziram o número de fumantes no país. Isso poderia acontecer também com a bebida”, completa. Alto consumo Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), o brasileiro teve consumo per capta de 8,9 litros de bebida alcoólica em 2016, acima da média internacional de 6,4 litros por pessoa. A média nos países das Américas é de 8,2 litros.