A Volkswagen anunciou nesta segunda-feira que investirá R$ 2,6 bilhões para a fabricação de dois novos modelos de veículos na fábrica de São Bernardo: o Novo Polo e o Virtus. Apesar do alto valor, a montadora não vai contratar trabalhadores.
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Mas os novos modelos devem trazer estabilidade aos cerca de 9 mil funcionários da empresa. Atualmente, a capacidade produtiva da fábrica é considerada ociosa. Ela produzia antes do anúncio apenas a picape Saveiro.
Seguem em lay-off 687 trabalhadores, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O período de espera em casa para estes funcionários teve início no dia 1º deste mês, quando a empresa já havia anunciado os novos modelos.
A expectativa do sindicato é que eles retornem até o fim do ano, com a volta do terceiro turno na fábrica para a produção dos novos modelos. A informação foi confirmada ontem pelo presidente e CEO da Volkswagen no Brasil e América Latina, David Powels. “Não haverá contratações. Vamos usar as pessoas que temos. Voltaremos para os três turnos em até três meses para produzir o modelo Virtus”, explicou.
A montadora alemã afirma que a produção do Novo Polo teve início nesta semana e deve chegar ao mercado brasileiro até novembro. Já o Virtus será lançado no primeiro trimestre de 2018.
Powels disse ontem que outros dois modelos devem ser fabricados até 2020. “Além do Polo e do Virtus, vamos lançar também um SUV e uma picape completamente novos. Uma renovação total de nossa linha de produtos ocorrerá até 2020”, afirmou. A montadora espera investir até lá R$ 7 bilhões no país.
O que se sabe dos novos modelos é que o Novo Polo será um compacto voltado para a classe média. Ele contará com suspensão 20 milímetros mais alta que o modelo europeu para se adaptar ao mercado brasileiro. A promessa é de que seja também mais leve e mais econômico no consumo de combustível.
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Já sobre o Virtus, pouca coisa foi revelada oficialmente até agora. O modelo deve ser uma versão sedã do Polo. No início do mês, porém, uma foto do veículo vazou nas redes sociais e mostrou características bem diferentes de seu “irmão” hatch.
Ministro promete política para o setor em 2 meses
O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, disse ontem, durante evento de anúncio de investimentos na Volkswagen, em São Bernardo, que apresentará nos próximos dois meses novas políticas para o setor automotivo.
Um esboço do programa, chamado de Rota 30, foi apresentado em abril deste ano e segue em discussão deste então com o setor. O novo regime automotivo estabelece metas até 2030 e vai substituir o Inovar-Auto. O programa, lançado em 2012 pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), tem validade até o fim deste ano.
“Técnicos do governo estão trabalhando diariamente para que possamos ainda nos próximos dois meses anunciar a nova política automotiva da indústria brasileira. Nossa expectativa é ter ganhos de produtividade e aumentar o valor da produção, mas não podemos esquecer do importante impacto positivo que teremos com os investimentos na redução de emissão de gases e aumento da segurança dos nossos carros”, afirmou o ministro em seu discurso. A expectativa inicial era apresentar o Rota 30 até o dia 30 deste mês.
O presidente e CEO da Volkswagen no Brasil e América Latina, David Powels, disse não acreditar que seja possível concluir as discussões nos próximos meses, mas afirmou que o documento deve ser apresentado com rapidez para o planejamento das empresas.
“Minha opinião é de que será difícil fechar o programa em dois, três meses. Por outro lado, queremos ter as certezas logo. Precisamos decidir sobre investimentos e produtos novos. Para isso, queremos conhecer as regras. O que é importante é o fato do programa ter quase 15 anos. Temos ciclos de produtos maiores que 5 anos (prazo do programa anterior).”
