Um grupo de vereadores começou nesta segunda-feira a apurar denúncias de falta de materiais básicos como gaze e esparadrapo e demissões de funcionários no Hospital Ouro Verde – instituição que faz cerca de 160 mil atendimentos no Pronto-Socorro e é responsável por cerca 10 mil cirurgias por ano em Campinas.
O principal hospital de atendimento público da cidade é gerido pela Organização Social Vitale desde o ano passado, ao custo de R$ 11 milhões por mês.
“Temos recebido muitas reclamações de que faltam materiais básicos para procedimentos ambulatoriais”, disse o vereador Luis Carlos Rossini (PV), da base de governo. “Além disso, há denúncia de que funcionários demitidos não estão recebendo indenizações”, acrescenta ele.
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No requerimento, Rossini pede o contrato firmado com a prefeitura no ano passado. “Precisamos saber o número de equipes e funcionários que a gestora está obrigada a disponibilizar.”
O vereador Pedro Tourinho (PT) diz ter sido informado sobre demissões de médicos, que teriam se acelerado nos últimos meses.
O presidente do Sindicato dos Médicos, Casemiro Reis, disse ontem que a Organização Social que faz a gestão do Ouro Verde, tem alterado a forma de contratação dos médicos. Segundo ele, os médicos estão sendo pressionados a mudarem do regime celetista para o de Pessoa Jurídica, a chamada pejotização. “Quando a gestora anterior saiu, 100% dos médicos eram CLT. Hoje, esse índice caiu à metade”, afirmou. “Isso é ilegal, já que se caracteriza quarteirização”, afirmou Reis.
Hoje, o Hospital Ouro Verde conta com cerca de 400 médicos. O vereador Gustavo Petta (PCdoB) também protocolou ontem um requerimento em que pede explicações sobre a gestão da Vitale.
Outro Lado
A prefeitura informou ontem por meio da assessoria de imprensa que vai apurar as denúncias encaminhadas pelos vereadores. A Vitale foi procurada pela reportagem, mas até o fechamento desta edição não havia respondido aos pedidos de entrevista.
Em abril deste ano, funcionários da Vitale fizeram greve contra a falta de pagamento de indenizações trabalhistas. O MPT (Ministério Público do Trabalho) interveio e o município se comprometeu a repassar a verba emergencial para pagamentos de rescisões.