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Após morte cerebral, grávida é mantida viva para dar à luz gêmeos

Um hospital em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, manteve uma jovem viva por 123 dias após ter a morte cerebral decretada para que os dois filhos dela pudessem nascer. As crianças vieram à luz na última segunda-feira (20).

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Frankielen Zampoli, de 21 anos, teve uma hemorragia cerebral em 17 de outubro  de 2016, quando já estava grávida. A jovem passou mal subitamente quando estava em casa, foi internada e nunca se recuperou. Três dias depois, a morte cerebral foi constatada. À época, ela estava com 9 semanas de gestação.

“Aí nós sentamos com a família e tomamos essa decisão baseada até em pontos legais. Uma vez que se detectaram os embriões vivos, não tentar salvá-los seria um aborto. Mas de início não tínhamos nenhuma esperança que eles se desenvolveriam”, conta o médico Dalton Rivabem, que coordenou o procedimento à frente de uma equipe de cerca de 20 pessoas. Frankielen, que já tinha uma filha de dois anos, foi atendida pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

As crianças nasceram após 27 semanas – quase 7 meses – de gestação. Ana Vitória veio ao mundo com 1,4kg, enquanto o irmão, Azaphi, nasceu com 1,3kg. Ambos recebem cuidados comuns a nascidos prematuros.

“As crianças nasceram de  maneira emergencial. Pretendíamos levar mais uma semana, mas ela [Frankielen] teve uma queda de oxigenação e pressão no último domingo (19), e tivemos que fazer a cesárea”, explica o médico.

Ontem Frankielen foi velada e sepultada em Contenda, terra natal da família, também na região de Curitiba. “Essas crianças vão crescer sem conhecer a mãe, mas dando força para mim. Eu vou precisar muito disso. Elas agora estão esperando por um pai que seja pai e mãe”, disse Muriel Padilha, à Band TV o marido, agora viúvo.

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