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Análise aponta pesticidas proibidos em alimentos em São Paulo

A maior companhia de distribuição de alimentos do ABC, na Grande São Paulo, iniciou projeto pioneiro no Estado que vai permitir aos consumidores conhecer o nível de agrotóxico dos produtos que chegam ao seu prato.

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Desde abril a Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) publica em seu site oficial o resultado de análises sobre presença de pesticidas em amostras colhidas no entreposto.

A companhia é a administradora do Ceasa ABC, centro de distribuição em atacado de alimentos para estabelecimentos como mercados, feiras, sacolões e restaurantes. Mensalmente, são comercializadas 12 toneladas de frutas, legumes e verduras no local.

As análises são realizadas pelo Instituto Biológico, do governo do Estado. Foram recolhidas 41 amostras de 15 alimentos diferentes entre abril e junho. Os resultados mostram apenas dois produtos livres de qualquer concentração de pesticidas. São eles o abacaxi e a cebola.

Outros oito possuíam substâncias proibidas ou quantidade de produtos acima do permitido pela legislação. O pimentão foi o alimento com maior número de problemas. Ele apresentou discordância com o permitido em todas as análises. Na amostra de junho, foram encontradas quatro substâncias vetadas: acefato, metamidofós, carbezim e procimidona.

Os pesticidas trazem riscos à saúde para quem consome e para os trabalhadores rurais que têm contato com elas. Estudos indicam incidência de câncer em determinadas concentrações das substâncias.

O engenheiro agrônomo da Craisa Fábio Vezzá de Benedetto afirma que as desconformidades foram encontradas em produtos sensíveis e que são consumidos ainda frescos. “Nos alimentos colhidos e armazenados por mais tempo, há período de descanso em que o veneno pode desaparecer”, afirmou.

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O próximo passo após os resultados da análise é identificar os fornecedores. “Grande parte do que é comercializado no Ceasa ABC vem da cidade de Piedade (Região Metropolitana de Sorocaba). Por isso iniciamos conversa com os produtos de lá e com a Casa da Agricultura local. Não dá para chegar e pedir para parar tudo, precisamos dialogar para sanar o problema”, disse Benedetto. O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia também será acionado. “É preciso ter fiscalização e orientação onde os pesticidas são vendidos.”

Os dados da pesquisa da Craisa podem ser consultados no site www.craisa.com.br, no link Análises de Alimentos.

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