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Samarco admite risco de rompimento de duas barragens em Mariana

Pela primeira vez desde o rompimento da barragem do Fundão, no dia 5 de novembro, a Samarco, cujos donos são a Vale e a BHP Billiton, admitiu o risco de ruptura nas outras duas represas da mina de Germano, o que acarretaria em um desastre ambiental ainda maior no Estado. As estruturas passam por obras emergenciais que só vão ficar prontas em 2016.

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Ontem, em uma entrevista coletiva, o diretor de operações e infraestrutura da Samarco, Kléber Terra, alegou que o atual fator de segurança na barragem de Santarém é de 1,37, numa escala de 0 a 2. Quanto mais perto de zero o índice, maior é o risco de rompimento. No caso de Germano, a maior das três barragens, um dos diques  apresenta grau de segurança de 1,22 devido a uma erosão na parte inferior provocada após o rompimento da barragem Fundão, que causou toda a tragédia em Mariana.

Segundo os representantes da mineradora Samarco, a barragem de Santarém será restaurada dentro de um prazo de 90 dias. A parede danificada na barragem de Germano será reparada em até 45 dias. De acordo com técnicos da empresa, a prioridade é consertar a erosão na barragem de Germano.

“O maior problema que nós temos hoje é quanto à erosão, que pode fazer com que a lama passe pela parte debaixo da estrutura”, admitiu o geotécnico da Samarco, José Bernardo. Até ontem, a tragédia tinha como saldo 11 mortes, sendo que quatro corpos ainda aguardavam identificação. As equipes de resgate dos bombeiros seguem em busca de 12 pessoas desaparecidas.

Minas decreta emergência na região do Rio Doce

O governo de Minas Gerais decretou nesta terça-feira situação de emergência na região da Bacia do Rio Doce e nas cidades afetados pelo rompimento das barragens da Mineradora Samarco, em Mariana, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP Billinton.

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A situação de emergência vai durar pelos próximos 180 dias. A medida envolve 202 cidades mineiras. Também fazem parte da bacia outros 26 municípios do Espírito Santo. Desde o dia 05, quando houve o rompimento da barragem, uma onda de lama percorre o Rio Doce, impedindo a captação de água e prejudicando o ecossistema da região.

Em nota, o governo mineiro informou que uma das principais consequências do rompimento da barragem é o comprometimento da qualidade das águas da Bacia do Rio Doce. «De acordo com parecer apresentado pelo Instituto Mineiro de Gestão de Águas (Igam), estima-se que a situação deve perdurar por aproximadamente 30 dias”, acrescentou a nota.

A situação de emergência, que ainda precisa ser reconhecida pelo governo federal, permite às cidades atingidas condições especiais, entre elas a realização de compras sem o processo de licitação. Também é por meio do decreto que os municípios podem ter acesso a recursos estaduais e federais.

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