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Trump domina as atenções no primeiro debate entre republicanos

Donald Trump se recusou a descartar a possibilidade de uma candidatura independente à Casa Branca e ficou irritado com perguntas sobre sua atitude em relação às mulheres, deixando os rivais republicanos brigando por atenção durante um áspero primeiro debate presidencial do partido, na noite de quinta-feira.

Os outros nove pré-candidatos republicanos dividindo o palco com Trump se voltaram uns aos outros algumas vezes, mas as maiores polêmicas ficaram com o combativo magnata do setor imobiliário, que subiu rapidamente para o topo das pesquisas de intenção de voto na corrida de 2016.

O senador Rand Paul, de Kentucky, abordou Trump, o confrontando depois que Trump deu início ao debate se recusando a garantir seu apoio ao candidato republicano na eleição de novembro de 2016 caso não seja ele o escolhido.

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«Eu não vou fazer a promessa neste momento», disse Trump, que há semanas disse que não descartaria uma candidatura independente, o que quase certamente dividiria o voto republicano e aumentaria as chances de vitória dos democratas.

A resposta de Trump atraiu vaias da plateia e uma repreensão de Paul, que disse que Trump estava mantendo suas opções em aberto para apoiar a principal pré-candidata democrata à Presidência, Hillary Clinton, numa referência à amizade passada do magnata com Hillary e seu marido, o ex-presidente Clinton.

«Ele já está preservando suas opções porque está acostumado a comprar os políticos de todas as tendências», disse Paul.

A ameaça velada de Trump, um bilionário que também é astro de um reality show na TV, de deixar o partido se necessário poderia pôr em risco seu apoio entre os eleitores das primárias republicanas e deter o crescimento de sua candidatura, mas ele tem sobrevivido a previsões políticas de que iria cair logo.

Participantes de um grupo escolhido pela Fox News entre pessoas que apoiavam Trump antes do debate indicaram por esmagadora maioria que mudaram de ideia sobre ele, criticando sua recusa em se comprometer a apoiar um outro candidato republicano.

«Acho que ele pegou uma arma e atirou na cabeça de sua campanha», disse o estrategista republicano Rick Wilson, da Flórida.

Corrida aberta

Nenhum candidato foi um claro vencedor no debate de duas horas, o que deixou a corrida republicana potencialmente mais instável do que nunca. Um total de 17 aspirantes, um recorde para o partido, está disputando a indicação.

Durante uma apresentação acalorada, Trump lançou insultos contra Paul, a moderadora Megyn Kelly, a comediante Rosie O’Donnell, o governo mexicano e uma variedade de outros alvos.

Ele discutiu com Megyn quando ela o pressionou sobre comentários depreciativos feitos por ele sobre as mulheres, incluindo declarações passadas em que se referiu a elas como «porcas gordas», «cadelas» e «vagabundas». Trump definiu a questão como de tendência «politicamente correta» e acusou Megyn de não tratá-lo bem, o que atraiu mais vaias da plateia.

«Honestamente, Megyn, se você não gostou, lamento. Tenho sido muito bom com você, embora eu provavelmente pudesse não ser assim, considerando a maneira como você me tratou», disse Trump, cuja base de apoio é predominantemente masculina, em meio a uma mistura de vaias e aplausos.

O tom do debate estava de acordo com o estilo ostensivo de Trump, que há várias semanas tem sido o centro das atenções na campanha em razão de seus ataques pessoais contra rivais e comentários ácidos sobre o heroísmo de guerra do senador John McCain e os imigrantes mexicanos.

Trump manteve esse tom no debate, ao qualificar o governo mexicano de «muito mais inteligente, muito mais sagaz, muito mais astuto, e eles enviam os maus para cá”.

A natureza por vezes combativa do debate deixou em alguns momentos como espectadores rivais bem posicionados, como o ex-governador da Flórida Jeb Bush, que é o número dois nas pesquisas, e o governador do Wisconsin, Scott Walker.

Bush chamou a retórica de Trump de «divisionista» e disse que o partido iria vencer quando se unir a “pessoas com uma mensagem otimista».

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