O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, disse neste sábado que a delação premiada do dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, revelada pela imprensa na véspera, representa um vazamento seletivo e que recebeu apoio da presidente Dilma Rousseff para se defender.
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«As empresas ligadas ao Grupo UTC não fizeram doações apenas para a campanha da presidente Dilma. Me estranha que as suspeitas sejam colocadas apenas sobre as doações legais da campanha da presidente», afirmou em coletiva de imprensa.
Na sexta-feira, os ministros Edinho e Aloizio Mercadante, da Casa Civil, já haviam dito que os recursos recebidos da UTC Engenharia foram doações legais para campanhas eleitorais declaradas à Justiça Eleitoral, após veículos de comunicação divulgarem que ambos foram listados por Pessoa em seu processo de delação premiada na operação Lava Jato.
«Jamais tive qualquer diálogo com esse empresário que não fosse diálogo que tesoureiro de campanha tem», disse Edinho neste sábado, acrescentando que pedirá acesso ao conteúdo da delação premiada.
«Se confirmado conteúdo divulgado pela imprensa, vou tomar medidas judiciais na defesa da minha honra», afirmou o ministro, acrescentando que «se comprovadas as mentiras, elas farão cessar os benefícios decorrentes da delação premiada, já que ela não expressa a verdade».
Segundo Edinho, o ministro Mercadante, que não estava presente, vai conversar com a imprensa em um segundo momento e também «está tranquilo».
Após a coletiva, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que a presidente Dilma se mostrou «absolutamente tranquila» com as explicações dadas desde sexta por Mercadante e Edinho.
«Temos que entender o contexto em que uma delação premiada é feita, é um contexto em que a pessoa quer obter benefícios, ela pode dizer toda a verdade, ela pode mentir em tudo, pode dizer verdade e parcialmente mentira, pode ser seletiva também nas informações que presta. Isso tem que ser apurado e investigado», afirmou.
