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Grupo ameaça Ocidente contra campanha na Síria

Obama admitiu falha na avaliação sobre EI | Kevin Lamarque/Reuters
Obama admitiu falha na avaliação sobre EI | Kevin Lamarque/Reuters

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O líder da Frente Al-Nusra, braço da Al Qaeda na Síria, alertou nesta segunda-feira que militantes irão atacar o Ocidente em retaliação aos bombardeios da coalizão liderada pelos EUA. O grupo, que é rival do EI (Estado Islâmico), também tem sido alvo de ataques da aliança.

“Os muçulmanos não vão ficar assistindo enquanto seus filhos são atacados. Seus líderes não serão os únicos a pagar o preço da guerra. Vocês vão pagar o preço mais alto”, disse Abu Mohamad al-Golani em uma mensagem de áudio.

Ataques

Ontem o Observatório Sírio para os Direitos Humanos disse que ataques da aliança durante a noite atingiram uma usina de gás natural controlada pelo EI no leste da Síria.

O ataque seria parte de uma campanha para afetar uma das principais fontes de receita dos terroristas. Os bombardeios da coalizão ainda não foram capazes de frear o avanço do EI em Kobani, uma cidade curda no norte da Síria, na fronteira com a Turquia, onde as batalhas da semana passada provocaram o mais rápido êxodo de refugiados da guerra civil.

Falha

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No domingo, o presidente dos EUA, Barack Obama, reconheceu em entrevista à rede de TV CBS, que a inteligência do país subestimou o avanço dos combatentes do EI. Com a declaração, Obama tenta oferecer uma explicação para a aparente surpresa de Washington diante do avanço dos combatentes pelo Iraque.

Segundo ele, os militantes estavam ocultos quando as forças dos EUA anularam a Al Qaeda no Iraque com a ajuda de tribos locais durante a ocupação do país.

“Ao longo dos últimos dois anos, durante o caos da guerra civil, com enormes áreas do país completamente desgovernadas, eles foram capazes de se recompor”, disse Obama, que quase ordenou ataques aéreos contra o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, há um ano.

Ele disse reconhecer a aparente contradição de se opor a Assad enquanto enfrenta os adversários dele e voltou a defender a saída dele do poder. “Para a Síria permanecer unida, não é possível que Assad presida todo esse processo”.

Obama disse, também, que considera o EI e a Khorasan, uma célula da Al Qaeda, ameaças mais urgentes para os EUA.

Damasco apoia esforço global para combater EI, diz chanceler

O chanceler sírio, Walid al-Moualem, disse nesta segunda, em pronunciamento diante da ONU, que o país apoia o esforço global para combater o EI (Estado Islâmico). A declaração de Moualem parece dar apoio tácito aos ataques aéreos dos EUA e de países árabes na Síria contra posições dos militantes.

“A República Árabe Síria reitera que apoia qualquer esforço internacional com o objetivo de enfrentar e combater o terrorismo e reforça que isso deve ser feito em respeito total à vida de civis inocentes e dentro de um quadro de respeito total da soberania nacional e em conformidade com as convenções internacionais”, disse.

Moualem não condenou especificamente os ataques aéreos, mas alertou que tomar ações militares enquanto alguns países continuam a apoiar os militantes pode criar uma situação da qual “a comunidade internacional não vai sair em décadas”. “Vamos juntos parar essa ideologia e suas exportações, colocar pressão sobre os países que se uniram à coalizão liderada pelos EUA para acabar com o apoio aos grupos terroristas armados”, disse.

Damasco acusa o Catar, a Arábia Saudita e a Turquia de apoiar grupos terroristas islâmicos durante a guerra civil de mais de três anos na Síria. As nações negam as acusações, mas autoridades ocidentais dizem que, no passado, as três ajudaram esses grupos no combate contra o regime sírio. 

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