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Ação da Petrobras sobe com expectativa de alta da gasolina

Resultados fracos elevam pressão por reajuste | Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
Resultados fracos elevam pressão por reajuste | Luiz Carlos Murauskas/Folhapress

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A pressão por um reajuste dos combustíveis ainda neste ano aumentou com os resultados fracos da Petrobras no segundo trimestre. Com isso, o papel preferencial da estatal, sem direito a voto, subiu nesta segunda-feira 4,14%, enquanto as ações ordinárias avançaram 3,20%.

Na última sexta-feira, a Petrobras divulgou que o seu lucro caiu 20% no segundo trimestre, a R$ 4,9 bilhões. Contudo, as perspectivas para os resultados futuros e os dados de produção até os primeiros dias de agosto foram avaliados positivamente. Pesou ainda sobre o desempenho dos papéis as estimativas de aumento no preço dos combustíveis, que deve ocorrer ainda este ano.

Em teleconferência sobre o resultado da estatal ontem, o  diretor de Finanças e Relações com Investidores da Petrobras, Almir Barbassa, disse que o aumento dos combustíveis é “imprescindível” para que a empresa reduza seu endividamento. Segundo ele, não há uma data específica para o reajuste.

Para o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, os resultados da Petrobras colocam mais pressão para um reajuste. Por outro lado, ele avalia que as eleições e cenário econômico não dão muito espaço para o aumento dos preços de combustíveis.

Apesar de a inflação ter ficado próxima de zero em julho, o IPCA ainda acumula uma alta de 6,5% – teto da meta do governo. “O espaço é muito pequeno para o reajuste. Colocaria em risco a meta”, diz o economista.

A Austin prevê um aumento de 5% na gasolina e no diesel após as eleições em outubro. O percentual não seria suficiente para acabar com a defasagem em relação aos preços praticados no mercado internacional, deixaria a inflação abaixo do teto da meta em 2104. Com isso, parte do aumento necessário seria jogado para o ano que vem.  “O jogo político será decisivo. Se o atual governo perder as eleições, pode deixar a batata quente para o próximo”, afirma.

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O governo vem sinalizando com um reajuste de combustíveis neste ano. Em nota a clientes, o Credit Suisse chamou a atenção para novos comentários relacionados a um possível aumento do preço da gasolina, desta vez da presidente Dilma Rousseff.

Questionada no domingo se a queda no lucro da estatal no primeiro semestre poderia forçar um aumento dos combustíveis em breve, Dilma disse que é possível, mas que não poderia fazer uma avaliação precisa no momento sem ter conhecimento de todos os dados.

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