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Economia dos EUA tem forte recuperação e cresce 4% no 2º tri

Traders na Bolsa de Nova York | Lucas Jackson/Reuters
Traders na Bolsa de Nova York | Lucas Jackson/Reuters

O crescimento da economia dos Estados Unidos acelerou mais que o esperado no segundo trimestre e a contração no período anterior foi menos severa do que o relatado anteriormente, fortalecendo as perspectivas de um desempenho mais forte nos últimos seis meses do ano.

O Produto Interno Bruto (PIB) expandiu a uma taxa anual de 4,0 por cento no segundo trimestre após encolher 2,1 por cento no primeiro trimestre, segundo número revisado, informou o Departamento do Comércio nesta quarta-feira.

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Isso levou o PIB para acima da tendência de crescimento potencial da economia, que analistas colocam em algo entre 2 por cento e 2,5 por cento. Economistas consultados pela Reuters esperavam que a economia cresceria a uma taxa de 3,0 por cento no segundo trimestre, depois da contração relatada anteriormente de 2,9 por cento.

Após os dados, as bolsas norte-americanas abriram em alta e os rendimentos dos Treasuries dos EUA subiram. O dólar atingiu máxima de sete semanas contra o iene e recorde de oito meses ante o euro. A economia cresceu 0,9 por cento no primeiro semestre deste ano e o crescimento em 2014 como um todo pode ficar em média acima de 2 por cento. A contração no primeiro trimestre, que foi em grande parte relacionada ao clima, foi a maior em cinco anos.

O crescimento do emprego, cuja criação de vagas superou a marca de 200 mil em cada um dos últimos cinco meses, e leituras fortes sobre os setores industrial e de serviços do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) sustentam as expectativas altistas para o resto do ano.

O governo também publicou revisões de dados anteriores do PIB que vão até 1999, mostrando que a economia teve um desempenho muito mais forte na segunda metade de 2013 e para aquele ano como um todo do que relatado anteriormente.

Os dados do PIB, que foram divulgados horas antes das autoridades do Federal Reserve concluírem dois dias de reunião, podem alimentar o debate sobre se o banco central norte-americano pode precisar elevar a taxa de juros um pouco antes do era esperado.

O crescimento no segundo trimestre deveu-se principalmente aos gastos de consumidores e a uma guinada nos estoques de empresas.

O crescimento dos gastos de consumidores, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, acelerou a um ritmo de 2,5 por cento, uma vez que consumidores norte-americanos compraram bens manufaturados duráveis e gastaram um pouco mais em serviços.

Os gastos dos consumidores haviam desacelerado para 1,2 por cento no primeiro trimestre devido a gastos fracos com saúde.

Os estoques por sua vez contribuíram com 1,66 ponto percentual ao crescimento do PIB, após terem tirado 1,16 ponto no primeiro trimestre.

A economia também recebeu um impulso de investimentos de empresas, gastos do governo e investimentos em construção de moradias.

O comércio, no entanto, pesou pelo segundo trimestre consecutivo uma vez que parte do aumento na demanda doméstica foi atendida por um salto nas importações. A demanda doméstica cresceu a uma taxa de 2,8 por cento, ritmo mais rápido desde o terceiro trimestre de 2011, ante um crescimento de 0,7 por cento no primeiro trimestre.

A demanda sólida, que ressalta o fortalecimento dos fundamentos da economia, levou à aceleração das pressões de preços no segundo trimestre, uma consequência comemorada por autoridades do Fed que há muito se preocupam com o nível muito baixo da inflação.

Um índice de preços no relatório subiu a uma taxa de 2,3 por cento no segundo trimestre, o mais rápido em três anos, após ter avançado 1,4 por cento no período anterior.

O núcleo de preços, que desconsidera custos de alimentos e energia, avançou 2,0 por cento, nível mais alto desde o primeiro trimestre de 2012, contra 1,2 por cento no primeiro trimestre.

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