Representantes da empresa LAM (Linhas Aéreas de Moçambique) admitiram nesta segunda-feira que estão chocados e profundamente preocupados com a tese de suicídio do comandante do voo TM-470, que provocou 33 mortes, apontada no relatório sobre a queda do avião. O acidente ocorreu no final de novembro.
ANÚNCIO
«A LAM manifesta profunda preocupação e choque quanto ao conteúdo da declaração divulgada pelas autoridades de investigação em relação ao inquérito em curso, alusivo à perda do voo TM-470, ocorrida em 29 de novembro», diz um comunicado da companhia moçambicana.
Recomendado:
Caso Miguel: Justiça reduz indenização que deve ser paga à família de menino que caiu de prédio em PE
Mulher que decepou pênis do marido pegou quatro anos de cadeia, mas casal reatou relacionamento
Brasileiro de 16 anos morre após ser baleado em festa nos EUA; vídeo mostra momento da confusão
No último sábado, o presidente do Conselho de Administração do Instituto de Aviação Civil de Moçambique, João Abreu, revelou que o comandante do voo TM-470, Hermínio dos Santos Fernandes, teve «a clara intenção» de derrubar o aparelho Embraer 190.
A hipótese da existência de algum problema mecânico ou técnico com o avião produzido no Brasil já havia sido anteriormente afastada. Segundo João Abreu, as escutas feitas na caixa-preta – que registra as comunicações do voo – permitiram perceber que, no momento da queda, o comandante, considerado experimente com mais de 9 mil horas de voo, estaria sozinho no interior da cabine de comando da aeronave.
Além dos sons dos diversos alarmes acionados automaticamente pelo avião, o responsável disse que se «ouvem insistentes batidas na porta da cabine, batidas essas» que teriam “sido ignoradas” por Hermínio Fernandes.
As caixas pretas também teriam revelado que a altitude do voo foi alterada manualmente três vezes, de 38 mil pés (cerca de 11.500 metros) para 592 pés (cerca de 180 metros), antes do choque do aparelho com o solo.
«A LAM vai solicitar o relatório detalhado que evidencia e prova os fatos e as conclusões preliminares da referida declaração e continuará a cooperar inteiramente com as autoridades de investigação», diz a companhia moçambicana no comunicado.
A companhia aérea ainda não se pronunciou sobre a questão das indenizações às famílias das vítimas do desastre, mas especialistas avaliam que dada a tese de suicídio, elas poderão não ser ressarcidas pelas seguradoras da empresa.
O voo TM-470 da LAM caiu em 29 de novembro na Namíbia, no Parque Nacional de Bwabwata, quando fazia a ligação Maputo-Luanda. A tragédia matou 33 pessoas: 27 passageiros e seis tripulantes.