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Guitarrista (e baixista) do Ego Kill Talent, Theo van der Loo declara amor pela música: ‘Comecei a tocar guitarra por causa de James Hetfield’

Da esquerda para direita: Niper Boaventura, Jonathan Correa, Jean Dolabella, The van der Loo e Raphael Miranda Lucca Miranda/Divulgação

«A arte tem vida própria». Essa é a conclusão de Theo van der Loo, guitarrista e baixista do Ego Kill Talent, em uma reflexão sobre como a paixão pela música motivou a formação da banda, que é um dos expoentes do rock nacional atual.

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Com integrantes experientes, o início do grupo se deu, na verdade, por um recomeço na criação de canções. Cada um estava em um momento da vida distinto no mercado musical; Loo e Raphael Miranda (baixista e baterista do EKT), por exemplo, tocaram juntos no Sayowa e depois atuaram como produtores.

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E não estranhe as várias funções atribuídas aos membros da banda. Eles são muito conhecidos justamente pelo revezamento nos instrumentos. Além dos dois ex-Sayowa, o resto da formação conta com Jonathan Correa (vocais), Niper Boaventura (guitarra/baixo) e Jean Dolabella (bateria/guitarra), ex-baterista do Sepultura.

Ego Kill Talent

A dinâmica dos roqueiros culminou em um álbum de hard rock melódico e diversos shows estrondosos. Eles já participaram do Download Festival (em Paris), da edição de 2016 do Lollapalooza, da abertura do show do Foo Fighters com o Queens of the Stone Age em 2018 e neste sábado (28)  sobem ao Palco Sunset do Rock in Rio. Além disso, já estão confirmados na apresentação do Metallica com o Greta Van Fleet no Brasil em 2020.

Confira a entrevista completa de Theo van der Loo ao Metro Jornal:

Vocês já participaram de shows grandes. Já abriram para Foo Fighters, estão no line-up do Rock in Rio e há pouco foram confirmados na apresentação do Metallica. Como é estar presente nesses eventos?

Encaramos as nossas participações nesses shows como oportunidades de estarmos tocando com bandas que respeitamos muito. Sem dúvida nenhuma nos influenciaram como músicos e artistas e isso é muito gratificante. Eu, por exemplo, comecei a tocar guitarra por causa do James Hetfield (guitarrista do Metallica).

A sua carreira e a do Rapahel como produtores tiveram influência em garantir a presença da banda nesses shows?

Nós não fomos felizes, a realidade é essa.  É bom conhecer pessoas e poder mostrar o seu trabalho para pessoas do ramo, mas quem é desse meio sabe que não é tão simples. Não basta isso para conseguir estar junto de artistas grandes. Eu não fui de produtor para músico novamente da noite para o dia. Empresários falavam conosco e diziam ‘como assim você é músico?’ e tínhamos que explicar a situação toda. É uma barreira que precisa ser quebrada e você não consegue só mostrando resultado.

Qual foi a sensação quando ocorreu essa migração de profissões?

No início eu tinha muito receio de chegar nas pessoas do show business e mostrar a minha banda. Eram pessoas que eu já tinha amizade e pensava ‘não quero que eles pensem que quero tirar o proveito da nossa relação’. Até hoje eu tenho dificuldade, penso que não é assim que funciona.

Você e o Raphael já eram amigos quando fundaram o Sayowa. Como se conheceram? 

Eu conheci o Rafael em uma loja de discos, indo comprar o disco do Metallica. Eu iria botar um anúncio em uma loja de discos em Ipanema de ‘Procura-se um baterista’ e aproveitar para comprar o ‘S&M’, que havia acabado de ser lançado.Quando cheguei na loja só estavam o dono e o Raphael. Antes de perguntar se podia colocar o anúncio, eu perguntei para o dono se o álbum era bom. Antes dele responder o Rapha se meteu na conversa e falou: ‘Cara, sou suspeito para falar porque sou muito fã da banda, mas é espetacular’. Então ficamos 40 minutos falando de Metallica e teve uma hora que eu perguntei para se ele tocava algum instrumento. Quando ele respondeu que tocava bateria, eu disse: ‘Eu iria botar o anúncio aqui, mas agora vou dar ele para você. O baterista é você’. Foi assim que começou o Sayowa. É uma loucura e agora vamos tocar com eles. Toda vez que vemos o anúncio do show e o nome da banda está junto com o do Metallica é meio surreal»

Como vocês perceberam o potencial do Ego Kill Talent?

Quando eu e o Rafael começamos a produzir eventos a ideia era tocar com o Sayowa, mas os eventos ficaram grandes e tomavam muito tempo. Não conseguíamos mais conciliar uma coisa com a outra. Quando o Jean saiu do Sepultura, nós nos reunimos, porque eu o conhecia da produção musical, e começamos uma demo. Quando percebemos que o material era bom fui parando aos poucos o que estava fazendo para focar na banda.

De que forma surgem as ideias para as letras da banda?

Quando começamos a banda já tínhamos vivido muita coisa, com altos e baixos e desafios diários. Estávamos em um momento de buscar uma paz interna. O tema das nossas conversas eram esses, sempre foi muito sobre buscar algo além na vida. E vimos que nosso trabalho musical poderia falar disso, porque é algo muito verdadeiro para nós.

O Ego Kill Talent vai do som cru ao melódico com facilidade. O próximo álbum terá essa mesma característica?

Gostamos muito do som mais pesado, assim como da melodia. Ficamos emocionados com os dois. O segundo disco traz mais disso.

Uma característica também marcante do grupo é o revezamento nos instrumentos. Como é essa dinâmica?

Quando começamos a banda, o Jean estava na bateria. Começamos a gravar as demos e o Raphael, que é baterista, a ouviu e disse que queria tocar, mas ficamos em dúvida como nos organizar. Então ele foi para o baixo. Porém, na hora de compor, quando o Jean chegava com uma ideia, ele pedia ao Raphael para fazer a parte dele na bateria só para desenvolvê-la. Pensávamos: ‘Essa música ficou legal com o Rapha na bateria e o Jean na guitarra’; na outra ‘ficou legal o Rapha no baixo e o Jean na bateria’. E começamos a perceber que podíamos fazer isso naturalmente, então assumimos isso no grupo. No novo álbum é a mesma coisa, ainda mais porque já nos conhecemos um pouco melhor e sentimos a linguagem das músicas para cada integrante.

 

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