“Game of Thrones” mal acabou e o canal pago HBO já tem outra produção sua ganhando a simpatia do público e da crítica.
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Exibida desde o dia 10 de maio, sempre às 21h de sexta-feira, a minissérie “Chernobyl” se tornou a atração de TV mais bem avaliada pelos usuários do site IMDB, com nota 9,6, ficando à frente de sucessos como “Breaking Bad” e “The Wire”.
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São apenas cinco episódios – o quarto vai ao ar nesta sexta-feira (31) – que retratam os bastidores da explosão da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, responsável por matar 31 pessoas e contaminar centenas de outras ao liberar material radioativo na Bielorrússia, Rússia, Ucrânia, Escandinávia e oeste da Europa.
A ideia de contar essa história partiu do roteirista e produtor-executivo Craig Mazin após ele se deparar com um artigo sobre a construção de uma nova unidade de contenção em Chernobyl.
“Todos sabem que a usina explodiu, mas a maioria, incluindo eu mesmo, não sabe o porquê. Isso me surpreendeu e comecei a ler sobre o caso”, afirma ele.
“Dois fatos chamaram a minha atenção. O primeiro foi que, na noite da explosão, estavam realizando um teste de segurança e pensei na ironia disso. O segundo foi que o homem responsável por apagar o fogo, limpar e descobrir o que aconteceu se matou dois anos depois.”
“Chernobyl” reúne histórias de personagens reais e fictícios envolvidos na situação, que ganha contornos ainda mais dramáticos por ter acontecido em uma União Soviética prestes a ruir, no qual a interferência política tinha consequências diretas na vida das pessoas.
Entre os reais estão Boris Scherbina (Stellan Skarsgard), vice-presidente do Conselho de Ministros da URSS, e Lyudmilla Ignatenko (Jessie Buckley), mulher do primeiro bombeiro a chegar ao local, que morreu duas semanas depois.
Já Emily Watson dá vida à fictícia Ulana Khomyuk, que representa essencialmente os muitos cientistas que não apenas arriscaram sua segurança pessoal ao estar perto do reator, mas também se arriscaram ao desafiar a URSS.
“Quanto mais lia, mais encontrava. Era uma quantidade avassaladora de histórias desoladoras, brutalmente reveladoras, inspiradoras e desalentadoras. Tive que pinçar dessa riqueza dramática para contar a história do melhor e do pior que a humanidade pode oferecer”, conta Mazin.
O produtor defende ainda a pertinência de relembrar o caso de Chernobyl nos dias atuais.
“Vivemos em uma época em que as pessoas estão voltando a abraçar a ideia corrosiva de que o que se quer ser é mais importante do que a verdade. O sistema soviético estava encharcado com este culto da narrativa, mas, um dia, a verdade vem à tona. Por isso esta história é mais relevante do que nunca. A lição bonita tirada daí é que, mesmo em tempos de desastre, as pessoas ficam de pé e se comportam de maneira mais notável e nobre.”
Assista ao trailer da minissérie: