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‘Fique Comigo’: nigeriana Ayòbámi Adébáyò faz livro duro e envolvente

Escritora revela traços de seu país em história sobre amor e perda Divulgação

Que bom que as editoras brasileiras têm apostado cada vez mais em novos escritores do continente africano! É assim que esbarramos com os cheiros, as cores e os dramas profundamente particulares de “Fique Comigo”, romance de estreia da nigeriana Ayòbámi Adébáyò.

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Aos 31 anos, a jovem autora apresenta uma prosa fluida e madura, especialmente quando levamos em conta a densidade dos temas abordados em sua trama.

Ayòbámi narra a trajetória do jovem casal formado por Yejide e Akin. Ela tem um bem sucedido salão de beleza, enquanto ele trabalha em um banco. Os dois se amam incondicionalmente e têm uma vida feliz – até que a pressão da família dele para que o casal tenha um filho impõe que Akin se case com uma segunda mulher.

Ao tocar no tema da poligamia – ainda culturalmente aceita em seu país –, Ayòbámi levanta dilemas que pareceriam inverossímeis em qualquer romance ocidental.

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Com propriedade, ela explora o conflito psicológico para o qual Yejide é empurrada. Sentindo-se escanteada, como se não fosse suficiente para seu homem, ela deixa de lado a racionalidade de quem cursou a faculdade e apela para todo tipo de crendice na busca pelo almejado bebê.

Eventualmente ele vem, mas sua chegada é acompanhada de uma série de segredos e tragédias que vão afastar Akin e Yejide. É ao mesmo tempo bonito e triste ver como Ayòbámi descreve Yejide enquanto filha e enquanto mãe e a importância dada à família.

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Para além disso, a autora revela parte da cultura nigeriana de um ponto de vista contemporâneo, revelando hábitos e rituais sem exotismo, reafirmando sua importância na vida de um povo. Com um estreia dessas, ela eleva a barra das expectativas para seu próximo romance.

 

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