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Gota d’Água (Preta): Musical brasileiro com rap e funk estreia sob nova perspectiva

Evandro Macedo/Divulgação

Escrita em 1975, a peça “Gota d’Água” trazia para a realidade brasileira o mito de Medeia, mulher que, após ser traída pelo marido, vinga-se dele de forma trágica.

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A montagem que estreia nesta sexta-feira (8) no Itaú Cultural busca ampliar o repertório possível de leituras para o texto de Chico Buarque e Paulo Pontes ao escalar um elenco majoritariamente negro.

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Idealizada por Jé Oliveira, do Coletivo Negro, “Gota d’Água (Preta)” se vale dessa opção para ressaltar aspectos do texto que, em geral, passam batido quando encenados por atores brancos.

“Se os personagens são da umbanda e pobres, tudo leva a crer – historicamente e sociologicamente – que eles são negros, mas essa coerência social nunca foi efetivada na peça”, diz Oliveira, que, salvo uma ou outra atualização, remontou o texto literal e aproximou a MPB de Chico aos sons da periferia de hoje, de Mano Brown a MC Bin Laden.

“Como a gente se propôs a enegrecer a montagem, as canções não podiam ficar de fora”, aponta Oliveira.

Além de dirigir a peça, ele também atua como Jasão, que, após compor uma música de sucesso, abandona a mulher, Joana, e fica noivo da filha de um especulador imobiliário da comunidade.

Joana é vivida por Juçara Marçal, cantora do Metá Metá, que estreia, assim, na dramaturgia. “Eu já identificava na performance musical dela uma postura cênica muito interessante, e, tal como Joana, ela é uma mulher preta com muita coisa para ser cantada e gritada”, destaca o diretor.


Serviço
No Itaú Cultural (av. Paulista, 149, Paraíso, tel.: 2168-1777). Estreia sex. De qui. a sáb., às 20h; dom., às 19h. Grátis. Até 14/2.

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