Como diz o ditado, o bom filho a casa torna. No caso do Balé da Cidade de São Paulo, foram três deles de uma só vez. Ex-bailarinos de diferentes fases da companhia, Jorge Garcia, Alex Soares e Gleidson Vigne retornaram na condição de coreógrafos para a abertura da temporada 2015 do grupo com obras inéditas encomendadas especialmente para a ocasião.
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“Temos essa coisa de família no Balé, que é também um celeiro de talentos. Esta é uma geração século 21”, diz a diretora artística Iracity Cardoso ao apresentar o trio de criadores.
A memória é o elemento que conecta “A Árvore do Esquecimento”, “_______Fio da Meada” e “Cenas a 37”. Cada peça se relaciona com as histórias e as relações que cada um deles estabelece com a companhia.
Um programa composto apenas de obras novas como “Brasileiros”, que será apresentado de hoje a domingo no Sesc Pinheiros, é algo raro de se ver dado o alto grau de imprevisibilidade do que será levado ao palco. “É risco total, mas criação artística é assim. Lógico que não podemos fazer isso o tempo todo, mas já estava com essa ideia há algum tempo e finalmente deu certo”, diz Cardoso.
Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, tel.: 3095-9400). Nesta sexta e sábado, às 21h; dom., às 18h. R$ 40.
A Árvore do Esquecimento
“Quis voltar a nossos antepassados africanos, europeus, índios. Parto de personagens que aparecem em uma festa, em solos e duos, com movimentos inspirados na dança de rua, no maracatu, na capoeira, mas tudo maleável. São gestos reconhecíveis, mas que se diluem no processo.” – Jorge Garcia, coreógrafo
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Cena 37
“Ouvia muito falar de ‘Cenas de Família’, de Oscar Araiz [peça dançada pelo Balé em 1978]. Parti dele, que tem uma carga emocional forte, para criar uma fantasia: como seria se esses personagens se reencontrassem agora a partir da morte de alguém?” – Alex Soares, coreógrafo
_______Fio da Meada
“A obra é como uma linha do tempo. Eu dançava no Balé, mas isso não era mais o que eu queria. Acontece que a vida coloca a gente em situações que você não espera. Esse é o sentimento que queria passar.” – Gleidson Vigne, coreógrafo
Veja fotos dos espetáculos: André Porto/ Metro
A diretora do balé, Iracity Cardoso | André Porto/Metro
