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A mudança de mentalidade

diego-casagrandeDivulgada em dezembro passado pelo IBGE, a taxa de desemprego no Brasil crescia ainda mais chegando a 11,9%, o equivalente a 12,1 milhões de brasileiros fora do mercado formal de trabalho. Um ano antes, o índice era de 9%. O crescimento assustador de 33,1% de um ano para outro nos dá um indicativo do tamanho da crise que empobrece as famílias.

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Mas um outro índice divulgado em outubro também pelo IBGE parece ter passado ao largo. Se levarmos em conta pessoas em idade produtiva sem trabalho ou trabalhando menos do que poderiam, o número de brasileiros sobe para 22,7 milhões. É um dos maiores índices do mundo e seguramente dos piores entre os países em desenvolvimento. Neste estudo entram desempregados, subocupados e inativos com potencial para trabalhar. Todos agora já sabem que o tsunami econômico que nos colocou em recessão pelo terceiro ano consecutivo é também um potencial destruidor de empregos. Enquanto isso, quais as ações profundas que o país vem adotando para colocar um fim nesta tragédia?

Há pelo menos duas décadas inúmeros especialistas não cansam de dizer que nosso país só terá chance de absorver milhões de trabalhadores todos os anos se houver uma profunda reforma na chamada CLT, o conjunto de leis que pretensamente protege os trabalhadores, e na própria Justiça do Trabalho. Contratar mão de obra hoje em dia pode gerar passivos impagáveis e coloca em risco a saúde financeira das micro e pequenas empresas brasileiras, que hoje respondem por 52% das carteiras assinadas. Mas mudar isso infelizmente parece não estar no radar.

Outra coisa que lamento muito é saber que a maioria das faculdades esteja ensinando que o livre mercado, a competição e o empreendedorismo são ruins. Não faltam professores que apresentam quem decide ser empresário como um vilão usurpador. Por conta desta mentalidade socialista difundida no ambiente acadêmico o ciclo virtuoso do mercado vem se esgotando. Cada vez mais jovens saem das faculdades sem o desejo de empreender. E um país sem empreendedores não gera empregos. Simples. Estes jovens doutrinados não sabem, mas são eles os maiores prejudicados pela baboseira antimercado difundida nas salas de aula. Discurso não põe comida na mesa.

Será que um dia esta mentalidade mudará?

Diego Casagrande é jornalista profissional diplomado desde 1993. Apresenta os programas BandNews Porto Alegre 1a Edição, às 9h, e Rádio Livre, na Rádio Bandeirantes FM 94,9 e AM 640

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