Colunistas

Não é o acaso que coloca a dupla na ponta

Leonardo Meneghetti colunistas twitterA liderança do Grêmio é consequência de trabalho. Tal qual a vice-liderança do Inter. Ninguém concedeu este direito à dupla Gre-Nal. As respectivas posições foram alcançadas com mérito. Com esforço. Competência. Grêmio e Inter não estão na primeira e segunda posições por azar ou sorte. E quando saírem do topo é porque alguém terá sido melhor, naquele momento. Por isso, não se assustem com a liderança, Inter e Grêmio! Acostumem-se com ela. E lutem para não deixá-la.

ANÚNCIO

Confesso que não esperava campanha tão exuberante do Inter nesta arrancada de campeonato. Mesmo com o título gaúcho, olhei com desconfiança para esta primeira parte da competição quando pretendi projetar o desempenho colorado. Mais do que pontuar, o Inter começa a encaixar-se, gradativamente. Contra o Santos, por exemplo, Argel abriu a caixa de ferramentas e tirou de lá um instrumento que eu ainda não tinha visto em suas mãos: a capacidade de encurralar o adversário.

O Inter não é um timaço e seu treinador percebeu isso faz tempo. E em tempo. Montou um time competitivo, que joga no limite e sabe se defender melhor do que atacar. Tem dificuldades quando precisa tomar a iniciativa e isso se evidencia em jogos no Beira-Rio. Mas na Vila, domingo, soube se impor com tamanha superioridade que merecia uma diferença maior no placar. Com a direção acertando nos próximos reforços, o Inter tem uma perspectiva interessante neste campeonato. Não é favorito, nem quer ser. E tem ainda a Copa do Brasil, própria para este estilo Argel de jogar por resultados.

Recomendados

O Grêmio não me surpreende. Mesmo com a prematura eliminação na Libertadores e o constrangimento de nem ter disputado a final do Gauchão, já esperava uma boa campanha no Brasileirão. Está entre os candidatos ao título, ainda que seu treinador seja inexperiente, assim como a direção, que tem enormes dificuldades para conviver com a crítica. O que deve ser corrigido, principalmente, é a falta de capacidade do grupo de jogadores para suportar ambientes de pressão. O Grêmio precisa ter mais confiança. Longe de ser um timaço, tem conjunto, entrosamento e os dirigentes prometeram, à época da saída da Libertadores, reforços graúdos. Que cumpram!

O Grêmio não pode se assustar com a liderança. Não pode ter medo de ser campeão. Não lhe é permitido sucumbir quando a chapa esquentar. Este campeonato, tão equilibrado, está pronto para que um time certinho e ajustado, ainda que sem tanto brilho, leve o caneco para casa. O Grêmio não deve se perder em discussões paralelas, imbróglios com a OAS, debates políticos, redes sociais, críticas à arbitragem, destemperos com a mídia. Deve estar focado no campeonato, nos jogos, nos adversários verdadeiros, que estão do outro lado do campo.

A Dupla criou este ambiente favorável nas primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro. É consequência de trabalho. Merecem elogios. E não devem se acomodar. O caminho a percorrer é longo e cheio de buracos. Como as ruas da Capital!

Jornalista esportivo desde 1986, Leonardo Meneghetti foi repórter de rádio, TV e jornal e está no Grupo Bandeirantes desde 1994. Foi coordenador de esportes, diretor de jornalismo, e, desde 2005, é o diretor-geral da Band-RS. Diariamente comanda “Os Donos da Bola”, na Band TV.

Tags

Últimas Notícias