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Rivais empatadas

carlos-lindenberg-colunistaA pesquisa do Ibope divulgada ontem no final da tarde parece confirmar que a estratégia da presidente Dilma de sair da defesa e partir para o confronto direto com Marina Silva está dando certo. Dilma, que vinha caindo, conseguiu subir três pontos, alcançando 37 por cento das intenções de voto, Marina subiu quatro, quando se esperava mais, e chegou a 33, e Aécio, que demorou a reagir, caiu quatro pontos, saindo de 19 para cinco pontos. A maior perda de Dilma foi em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, onde Marina ficou na frente com 16 pontos, seguida do Rio de Janeiro, onde Dilma perdeu seis pontos. Aécio foi quem perdeu mais, ficando com 11 pontos no Rio.

Os números parciais de São Paulo – 30 milhões de eleitores – e Rio de Janeiro – 11 milhões – sugeriam que Marina pudesse ultrapassar Dilma. Contudo, ao subir três pontos, Dilma ficou empatada tecnicamente com Marina. O PT comemorou o feito porque, na verdade, o que se previa era um novo salto de Marina, que teve, no período, maior exposição de mídia do que Dilma. O empate técnico, com possibilidade de vitória de Marina no segundo turno, reforça a ideia de que Dilma foi bem no debate Folha/SBT/Uol e que sua estratégia de explorar as contradições da candidatura de Marina vem dando certo. De sua parte, Marina cometeu alguns erros que cobram agora o  preço: mudou o programa de governo por pressão do pastor Malafaia e de ambientalistas, não esclareceu a questão do avião que matou Eduardo e, por fim, não revela que lhe pagou R$ 1.600 mil por palestras dadas em lugares também não revelados. Esses temas foram bem explorados por Dilma e forçaram Aécio a sair da posição de não incomodar sua maior concorrente. Para Aécio foi péssima a entrevista dada no dia do debate pelo coordenador de sua campanha, senador Agripino Maia, que antecipou a informação de que o PSDB vai apoiar Marina no segundo turno. Com isso, Agripino deu a entender que a campanha de Aécio estava derrotada por antecipação, um erro crasso pelo qual Aécio está pagando um preço alto. O destaque da campanha até agora é que a disputa presidencial está sendo liderada por duas mulheres, ambas oriundas das esquerdas, mas precisamente do PT.

Carlos Lindenberg é jornalista, colunista do Metro Jornal e comentarista da TV Band Minas. Escreve no Metro Belo Horizonte.

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