George Kurtz, CEO da CrowdStrike, foi convocado para testemunhar perante o Comitê de Segurança Nacional da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos (EUA) sobre o incidente que afetou computadores e outros dispositivos que operam com o sistema operacional Windows na semana passada, paralisando voos, procedimentos hospitalares e transmissões de mídia.
ANÚNCIO
Numa carta, o presidente da Segurança Nacional dos EUA, Mark Green (R-TN), e o presidente do Subcomitê de Proteção de Infraestrutura e Cibersegurança, Andrew Garbarino (R-NY), solicitaram à empresa CrowdStrike que agende uma audiência com o subcomitê antes de quarta-feira ao final do dia.
"Reconhecendo que os americanos certamente sentiram as consequências reais e duradouras deste incidente, os cidadãos merecem saber em detalhes como isso aconteceu e as medidas de mitigação que a CrowdStrike está tomando", escreveram os representantes do governo.
Ainda há CrowdStrike por um tempo?
A carta indica que a correção da falha técnica da CrowdStrike está longe de terminar. E até ontem, três dias após o colapso inicial, a Delta ainda estava lidando com cancelamentos de voos e telas azuis da morte em seus sistemas.
A companhia aérea cancelou mais de 700 voos nesta segunda-feira devido a uma grave interrupção tecnológica. A empresa informou que esses cancelamentos representaram cerca de 20% dos voos domésticos nos EUA programados pela Delta para esta segunda-feira. Em contraste, a American Airlines havia cancelado 43 voos e a United Airlines apenas 19.
O diretor executivo da Delta, Ed Bastian, pediu desculpas pelas cancelamentos, atribuindo o impacto a um "número significativo" de funções que dependem do sistema operacional Windows da Microsoft.
Segundo Bastian, este problema tem impedido que o sistema processe eficientemente os grandes volumes de mudanças nos voos e suas tripulações.
ANÚNCIO
O que dizem da CrowdStrike sobre isso?
Através de uma publicação nas redes sociais, George Kurtz, CEO da CrowdStrike, garantiu na sexta-feira que a interrupção em massa "não foi um incidente de segurança ou cibernético". Ele afirmou que, na realidade, o que aconteceu foi "um problema com uma atualização de conteúdo do Falcon para hosts do Windows" (referindo-se ao software de segurança da empresa).
Por sua vez, o porta-voz da CrowdStrike, Kevin Benacci, afirmou em comunicado que a empresa "está em contato ativo com os comitês relevantes do Congresso e que "as sessões informativas e outros prazos de compromisso podem ser (ou não) divulgados a critério dos membros do Congresso".
Colapso
Na sexta-feira passada, uma atualização defeituosa do software de segurança da CrowdStrike causou problemas significativos para várias empresas ao redor do mundo.
A interrupção destacou a dependência crítica da tecnologia em setores vitais e a importância de manter medidas robustas para prevenir e mitigar falhas técnicas que podem ter um impacto significativo no cotidiano das pessoas.
A audiência programada buscará esclarecer as medidas que a CrowdStrike está tomando para evitar que um incidente dessa magnitude ocorra novamente.