Em um artigo recente compartilhado em sua plataforma pessoal, Gates Notes, o influente filantropo e empresário Bill Gates lançou luz sobre uma incrível “arma biológica” que ele está apoiando. Do que se trata?
ANÚNCIO
De acordo com o Cronista, esta “ferramenta” emergente está sendo usada para enfrentar doenças nas regiões da África. Este enfoque não convencional tem chamado a atenção de muitos, pois apresenta uma solução ousada para um problema que tem afligido nações africanas como o Djibuti.
Há cerca de uma década, o Djibuti estava à frente na erradicação da malária. Seus líderes depositaram suas esperanças na eliminação desta doença, não só para melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos, mas também para atrair investimentos, desenvolvimento e turismo.
Recomendado:
O que é inteligência artificial contextual: o novo sistema integrado ao Gemini anunciado na Google I/O 2024
Reforce seus escudos do Instagram com essas recomendações de segurança
Mark Zuckerberg comemora seus 40 anos tirando uma foto com Bill Gates
No entanto, esta vitória foi efêmera. A malária ressurgiu com uma força devastadora, com casos que aumentaram de 27 em 2012 para mais de 73.000 em 2020. Estes dados alarmantes, em uma nação de apenas um milhão de habitantes na África Oriental, revelou uma nova ameaça à saúde pública.
Tudo é culpa de um mosquito
Bill Gates, em sua postagem, identificou um culpado insidioso: um mosquito proveniente do sul da Ásia e da Península Arábica, denominado Anopheles stephensi. Esta espécie invasora está desencadeando um risco crescente de malária na região. Gates destacou que, se essa praga não for controlada de forma eficaz, cerca de 126 milhões de pessoas na África estarão em risco de contrair a doença.
A singularidade deste mosquito reside na sua adaptação aos ambientes urbanos, uma característica distinta em relação às suas contrapartes africanas. “O An. stephensi se sente confortável nas cidades, onde reside 40% da população da África subsaariana. A rápida urbanização oferece um habitat propício para este mosquito”, observou Gates.
O que complica ainda mais a situação é que esta espécie tem demonstrado resistência a muitos inseticidas usados convencionalmente para controlar populações de mosquitos. Além disso, o seu hábito de picar à tarde, antes do repouso noturno, reduz a eficácia dos mosquiteiros como barreira protetora.
A resposta: Oxitec
Bill Gates não apenas destaca o problema, mas também oferece uma perspectiva inovadora para combatê-lo. Em 2018, o governo do Djibuti adotou uma abordagem radical ao considerar uma tecnologia biotecnológica chamada Oxitec, que poderia revolucionar o controle de mosquitos em áreas urbanas. A necessidade de uma solução inovadora surge do que Gates descreve como um constante jogo de gato e rato.
A proposta da Oxitec reside em utilizar mosquitos geneticamente modificados para combater os seus próprios congêneres portadores de doenças. A tecnologia já mostrou sucesso na luta contra o mosquito Aedes aegypti, responsável pela propagação do dengue no Brasil.
Agora, a Oxitec busca aplicar o mesmo princípio para ajudar os governos africanos a controlar o An. stephensi e, consequentemente, reduzir a propagação da malária.
A sugestão de Gates é encorajadora, embora ainda esteja em fase de teste: “Por enquanto, não foram liberados mosquitos Oxitec no Djibuti. No entanto, o governo planeja implementar essas liberações na capital no próximo ano, onde reside 70% da população”.