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Saiba como ajudar quem tem fome na pandemia

Alta taxa de desemprego no país, fim do auxílio emergencial do governo federal em dezembro, e piora na crise econômica causada pela segunda onda da pandemia de covid-19 no começo de 2021 foram os ingredientes para uma realidade cruel no Brasil: a fome.

Diante deste cenário, entidades intensificaram neste mês campanhas de arrecadação de cestas básicas, dinheiro, kits de higiene e outros produtos para famílias que, além de enfrentar um vírus invisível, também travam uma batalha contra a dificuldade de sobreviver sem o básico, como um prato de comida.

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Só em Paraisópolis, segunda maior favela de São Paulo e a quinta do Brasil, são 8 mil famílias com alguma dificuldade de alimentação, de acordo com Gilson Rodrigues, presidente da União de Moradores e do Comércio da comunidade.

“Há uma fila enorme de pessoas diariamente para receber marmitas. No início da pandemia, eram distribuídas quase 10 mil unidades por dia. Com a redução das doações este ano, agora são cerca de 700”, afirmou.

Com o apoio da ONG G10 Favelas, a União de Moradores arrecada verba e produtos pela internet (veja os links ao lado). “Esperamos um movimento de retomada das doações porque as pessoas estão percebendo que a situação está se agravando. É um caos em busca de alimento”, disse.

O Grupo Bandeirantes de Comunicação, do qual o Metro faz parte, também lançou uma campanha para ajudar a combater a fome durante a pandemia de covid-19. A “Band contra a fome – abrace esta ideia” tem parceria com a Rede Gerando Falcões e a Cufa (Central Única das Favelas) para arrecadar alimentos e itens de necessidades básicas.

Líder da Cufa Jardim Ibirapuera, em São Paulo, Marcelo Cavanha afirma que, no início da pandemia, em março do ano passado, as doações foram realizadas em quantidade suficiente para ajudar milhares de famílias. No entanto, houve uma queda de 70% a partir de outubro de 2020. “Com o fim do auxílio emergencial e aumento dos preços no mercado, a procura por doação de alimentos aumentou muito neste ano.”

A expectativa é que uma próxima rodada do benefício volte a ser paga pelo governo federal a partir de abril. Entretanto, o valor médio será menor, de R$ 250. O auxílio deve contemplar 45,6 milhões de brasileiros.

De acordo com Cavanha, 80% dos moradores do distrito do Jardim Ibirapuera, localizado no bairro Jardim São Luís, trabalham de forma autônoma. Com o início da pandemia e as medidas restritivas impostas para tentar conter a disseminação do coronavírus, muitos  perderam a única fonte de renda e, consequentemente, a comida no prato todos os dias.

“Os territórios de favelas nas periferias, principalmente em São Paulo, sempre foram territórios vulneráveis. Com a pandemia de covid-19, a situação se agravou ainda mais.”

Campanhas

Band contra a fome
Em parceria com o Grupo Bandeirantes, a Rede Gerando Falcões está arrecadando cestas básicas digitais. Ao doar R$ 50 pelo site, uma família receberá os produtos. A meta é alcançar 500.000 famílias neste momento – bandcontrafome.com

Mães da Favela
A campanha criada pela Cufa (Central Única das Favelas), que também possui o apoio do Grupo Band, tem como objetivo levar renda e cestas básicas para a maior quantidade possível de mães moradoras de comunidades. O valor mínimo para doação é de R$ 30. Empresas também podem ajudar – maesdafavela.com.br

G10 Favelas
A ONG arrecada dinheiro para compra de roupas, kits de higiene, máscaras de proteção contra a covid-19 e marmitas. Entre as comunidades beneficiadas, está a de Paraisópolis, segunda maior favela de São Paulo. O valor mínimo é de R$ 50, que será destinado à compra de mantimentos para uma família – g10favelas.com.br

Cozinha Solidária
O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) distribui marmitas para pessoas em situação de vulnerabilidade na Brasilândia, em São Paulo. – apoia.se/cozinhasolidaria

#TemGenteComFome
Com o apoio da Anistia Internacional, da Coalização Negra por Direitos e outras organizações, a campanha nacional arrecada fundos para ações emergenciais de combate à fome durante a pandemia de covid-19. O valor mínimo é de R$ 10. – temgentecomfome.com.br

Quentinhas sendo preparadas para distribuição em Paraisópolis
Quentinhas sendo preparadas para distribuição em Paraisópolis

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