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Israel encontra corpos de estudantes desaparecidos

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Naftali Fraenkel (à esq.), Gil-Ad Shaer (centro) e  Eyal Yifrah (à dir.) estavam desaparecidos desde o começo do mês | Handout/Reuters
Naftali Fraenkel (à esq.), Gil-Ad Shaer (centro) e Eyal Yifrah (à dir.) estavam desaparecidos desde o começo do mês | Handout/Reuters

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O Exército de Israel encontrou nesta segunda-feira, ao norte de Hebron, na Cisjordânia, três corpos que, segundo os militares, são dos rapazes israelenses sequestrados há cerca de 20 dias na região.

De acordo com a imprensa israelense, os três, Gil-Ad Shaer, Naftali Fraenkel, ambos de 16 anos, e Eyal Yifrah, de 19, foram mortos logo após o rapto, quando pegavam carona para voltar para casa, em assentamentos judaicos na Cisjordânia.

Os corpos foram encontrados perto de Halhoul, a alguns minutos da estrada em que foram vistos pela última vez, segundo a rádio pública israelense.

Em resposta ao anúncio, o gabinete israelense se reuniu nesta segunda à noite em caráter de emergência, mas o encontro, segundo o jornal “Haaretz”, terminou sem uma definição sobre reação às mortes.

Mais cedo, o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, havia culpado o grupo islamita Hamas. “O Hamas é o responsável e eles vão pagar”, declarou. O Hamas, entretanto, rejeitou as alegações.

Policiais demitidos

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Nesta segunda, quatro policiais foram afastados por negligenciarem uma chamada telefônica feita em 12 de junho na qual uma pessoa sussurrava ter sido sequestrada. A data coincide com o dia do desaparecimento de Shaer, Fraenkel e Yifrah.

Uma investigação apontou falta de profissionalismo na resposta à chamada. De acordo com o comissário Yohanan Danino, eles não levaram a sério a ligação, supondo tratar-se de um trote, e não passaram a informação ao Exército imediatamente.

Ao menos 5 palestinos morreram e 400 foram presos por Israel nas operações de buscas pelos rapazes, que colocou a região em estado de alerta. O governo israelense foi criticado pelas mortes.

No domingo, milhares de israelenses participaram de uma manifestação no centro de Tel Aviv pedindo o retorno dos três raptados. 

Vaticano, ONU e EUA condenam ato

O anúncio da morte dos israelenses gerou repercussão mundial. O Vaticano chamou os assassinatos de “crime hediondo e inaceitável”, dizendo que se trata de um obstáculo para a paz.

Uma nota da Santa Sé com um tom incomum disse que o papa Francisco, que visitou Israel em abril, se unia às família que sofrem “uma dor indescritível”.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou o ato e disse que os autores são “inimigos da paz”.

Nos EUA, o presidente Barack Obama disse que condena o que chamou de “ato insensível de terror” e ofereceu ajuda a Israel e palestinos na busca pelos responsáveis pelo rapto. 

Análise: Ferida na sociedade * 

Sequestros de civis e de militares não são uma novidade em Israel. A questão é uma ferida aberta na sociedade pelo menos desde que o piloto Ron Arad desapareceu em 1986, depois que seu avião caiu no Líbano. Capturado pelo grupo libanês Amal e entregue mais tarde ao Hezbollah, Arad nunca mais foi encontrado.

Em 2006, o soldado Gilad Shalit foi capturado pelo Hamas na fronteira com a Faixa de Gaza. Foi libertado em outubro de 2011, em troca de mais de mil prisioneiros palestinos.

Em Israel a expectativa é de uma reação dura do premiê Netanyahu à morte dos três rapazes. Ele acusa o Hamas, que recentemente se associou ao Fatah. Por enquanto a ferida permanece aberta.

Ferida na sociedade

Sequestros de civis e de militares não são uma novidade em Israel. A questão é uma ferida aberta na sociedade pelo menos desde que o piloto Ron Arad desapareceu em 1986, depois que seu avião caiu no Líbano. Capturado pelo grupo libanês Amal e entregue mais tarde ao Hezbollah, Arad nunca mais foi encontrado.

Em 2006, o soldado Gilad Shalit foi capturado pelo Hamas na fronteira com a Faixa de Gaza. Foi libertado em outubro de 2011, em troca de mais de mil prisioneiros palestinos.

Em Israel a expectativa é de uma reação dura do premiê Netanyahu à morte dos três rapazes. Ele acusa o Hamas, que recentemente se associou ao Fatah. Por enquanto a ferida permanece aberta.

Gabriel Toueg – Metro São Paulo 

 

 

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