O padre Paulo Araújo da Silva, de 31 anos, suspeito de cometer pedofilia em Coari, interior do Amazonas, engravidou uma das vítimas e forçou a adolescente a realizar um aborto e enterrar o feto no quintal da casa de um amigo dele.
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As informações são da Polícia Civil. O suspeito foi preso no último domingo (18) durante uma operação. Conforme investigações, ao menos quatro adolescentes foram abusadas sexualmente pelo padre. Ele também filmava os atos sexuais, segundo a polícia.
Investigações ocorrem desde 2023
Segundo as autoridades, o suspeito é investigado desde o ano passado, quando uma adolescente 17 anos denunciou que mantinha um relacionamento amoroso com o padre. Segundo ela, o religioso filmava as relações sexuais e armazenava o conteúdo.
De acordo com o delegado José Barradas, a vítima relatou que mantinha relações com o padre desde os 14 anos e que chegou a engravidar dele, sendo obrigada a abortar.
“Nesse contexto, entra a participação de um homem de 34 anos, que está foragido. Ele é amigo do padre e foi o responsável por fornecer à adolescente um medicamento, que ela ingeriu e resultou no aborto. O feto foi expelido no quintal da casa desse amigo do padre e enterrado no local. Isso foi confirmado tanto por fotos quanto pelo depoimento da vítima”, disse o delegado.
A adolescente também sofria violência psicológica, pois o padre dizia que, caso ela não continuasse mantendo as relações sexuais, ele “iria acabar com a vida dela, pois ela era sua e de mais ninguém”.
Padre foi preso na igreja
Durante a prisão, investigadores encontraram o religioso na igreja onde ele exercia a função de pároco. Ele estava com uma adolescente que tinha acabado de completar 18 anos, o que indica que as relações com ela eram mantidas desde quando ela era menor de idade, segundo a polícia.
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A polícia ainda aponta que o padre solicitava que as vítimas levassem amigas para participar das relações sexuais.
“Foram apreendidos mais de R$ 30 mil em espécie no quarto dele, além de mais de 260 vídeos de cenas de sexo com adolescentes e com outras pessoas. Todo o material vai ser analisado pela perícia, juntamente com o notebook dele”, relatou o delegado.

Mais pessoas envolvidas
De acordo com a Polícia Civil, mais pessoas podem estar envolvidas no caso, pois o padre aliciava outras pessoas, segundo depoimentos.
Os investigados podem responder por omissão de assistência a crianças e adolescentes, com penas de 6 meses a 3 anos de detenção, estupro de vulnerável, além dos Art. 125 do Código Penal (CP), que trata do abortamento realizado por terceiro com pena de reclusão de 1 a 3 anos; e no Art. 147 que define o crime de ameaça combinado com a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06).
O suspeito será encaminhado à audiência de custódia e deve ficar à disposição da Justiça, de acordo com o g1.
O que diz a Igreja Católica?
A Diocese de Coari, por meio de nota, repudiou toda a forma de abuso e exploração e prestou solidariedade às vítimas e a suas famílias. A diocese também informou que tomou providências canônicas necessárias e que afastou o religioso de todas as funções na Igreja Católica