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Advogada que xingou funcionário de lanchonete de ‘macaco sujo’ se desculpa e diz que virou alvo de ataques

Fabiane Marques, de 47 anos, chegou a ser presa por injúria racial, mas foi solta pela Justiça no dia seguinte

Mulher também foi autuada por embriaguez ao volante
Advogada Fabiane Marques, de 47 anos, presa acusada de injúria racial contra funcionário de lanchonete, foi solta e responde ao caso em liberdade (Reprodução/ X (Twitter))

A advogada Fabiane Marques, de 47 anos, que foi presa por injúria racial após xingar o funcionário de uma lanchonete de “macaco sujo”, em Moema, na Zona Sul de São Paulo, divulgou uma nota pedindo desculpas sobre o episódio. No texto a mulher também afirmou que passou a ser alvo de muitas mensagens de ódio. Ela foi solta pelo Justiça um dia depois de ser detida, mas terá que cumprir uma série de medidas cautelares, enquanto responde ao caso em liberdade.

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Na nota, divulgada pelo advogado Carlos Eduardo Lucera, Fabiana destacou que “lamenta profundamente tudo o que aconteceu” e “deixa claro, apenas para que a informação seja completa, que no momento dos fatos foram dirigidas ofensas e xingamentos contra si”.

A advogada admitiu que, “ao ver o retrovisor danificado e as portas do seu carro amassadas, ficou revoltada. Desde o evento, está sendo bombardeada por mensagens de ódio vinda [sic] de todos os cantos”. Mesmo assim, ela quer “desculpar-se com quem possa ter sido atingido por qualquer ato ofensivo”.

Relembre o caso

A confusão ocorreu no último dia 25 em uma unidade do Burguer King. Pablo Ramon da Silva Ferreira, de 25 anos, que é supervisor da lanchonete, contou à TV Globo que a mulher chegou alterada no local exigindo que fosse atendida com rapidez. O rapaz disse que explicou que o local enfrentava alguns problemas técnicos, quando ela passou a gritar, discutir com atendentes e chegou a entrar no balcão, empurrando outra funcionária.

A mulher foi, então, para o carro, quando teria chamado o rapaz de “preto”. Ele a seguiu até o lado de fora e questionou sobre o que ela disse, quando ela teria feito as ofensas raciais. “Aí já no carro, ela gesticulou novamente e me chamou de ‘macaco’ e ‘macaco sujo’. Aí eu me revoltei. Eu não ia agredi-la, mas foi aí que eu desferi um soco no retrovisor do carro”, relatou Pablo.

A Polícia Militar foi acionada e, no local, encontrou Fabiane “visivelmente alterada e com sinais de embriaguez”. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), a mulher não aceitou fazer o teste do bafômetro no local.

“A mesma se recusou a fazer exame do etilômetro e foi encaminhada ao IML [Instituto Médico Legal] para a realização de exame de constatação de embriaguez”, ressaltou a pasta.

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Após o exame no IML, a advogada foi levada ao 27º Distrito Policial de Campo Belo, onde ela foi atuada por embriaguez ao volante e injúria racial, sendo que esse último crime é inafiançável e imprescritível. Fabiane não chegou a ser ouvida naquele momento, pois, segundo a polícia, estava “transtornada e agressiva”, quando tentou até morder um policial.

Outros quatro funcionários da lanchonete estiveram na delegacia e afirmaram que foram vítimas de Fabiani. Duas atendentes contaram que foram agredidas, sendo que uma delas levou um tapa na boca e a outra um soco no rosto.

No último dia 26, a advogada passou por audiência de custódia, quando foi solta pela Justiça. Porém, enquanto responde ao caso em liberdade, ela terá que manter pelo menos 300 metros de distância das cinco vítimas e também do Burger King de Moema. Além disso, terá que comparecer mensalmente ao fórum para informar suas atividades profissionais e atualização de endereço.

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