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Paciente denuncia enfermeira após ter infecção generalizada depois de um procedimento nos seios

A enfermeira Marcilane Espíndola está em prisão domiciliar após ser indicada por causar graves lesões em pacientes.

Marcilane Espíndola  está em prisão domiciliar.
Marcilane Espíndola está em prisão domiciliar. (Mariana Lienemann/Reprodução)

A enfermeira Marcilane Espíndola foi presa e indiciada por causar graves lesões em pacientes atendidos por ela para a realização de procedimentos estéticos. Conforme o G1, uma das vítimas revelou ter apresentado os sintomas iniciais logo após o procedimento, chegando a ficar internada por 30 dias e a perder as mamas.

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A paciente em questão é Moema Póvoa, de 29 anos, que relatou em entrevista ao veículo como seu caso se complicou após a realização de um procedimento estético nos seios. Segundo ela, que fez uma harmonização corporal, foram necessárias uma internação de 30 dias e a remoção de suas mamas para contornar os efeitos do procedimento realizado.

“Fiz uma harmonização corporal nos seios e assim que saí de lá comecei a sentir dores e elas só foram aumentando. Eram dores muito fortes, inexplicáveis, tão fortes que cheguei a ficar internada por 30 dias. Tive infecção generalizada e depois disso precisei continuar o tratamento em casa com antibióticos”, conta Moema.

O procedimento citado pela vítima foi realizado em julho de 2023 com a garantia de que a enfermeira utilizaria ácido hialurônico. No entanto, uma biópsia posterior feita pelo Hospital das Clínicas de Goiânia teria revelado traços de PMMA em seus seios. Agora, ela segue na fila à espera da cirurgia para reconstrução das mamas.

“Nada melhorava a infecção e para cessá-la os médicos optaram por uma mastectomia para retirar as mamas. O produto PMMA foi para o pulmão, minha saturação ficou muito baixa e eu precisei de oxigênio”.

Aplicações de PMMA

Conforme informações da delegada responsável pelo caso, as vítimas da enfermeira acreditavam que estavam sendo tratadas com ácido hialurônico, considerada uma substância reversível e segura.

No entanto, foi averiguado que Marcilane utilizava polimetilmetacrilato, também conhecido como PMMA, sem a autorização prévia das pacientes. A substância em questão é um componente plástico com diversas utilizações na área da saúde, mas seu uso é restrito e considerado de risco máximo visto que a composição do PMMA pode causar reações inflamatórias, deformidades e necrose dos tecidos em que é aplicado.

As investigações tiveram início em julho de 2023, após três pacientes da enfermeira ficarem com os rostos deformados depois de passarem por procedimentos estéticos. Marcilane é enfermeira, mas afirmava ser pós-graduada em dermatologia estética e anunciava a realização de diversos procedimentos como preenchimento labial, lipo de papada, bronzeamento e até mesmo fazia a oferta de cursos ensinando a aplicação das referidas técnicas.

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