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Mãe se torna investigadora para descobrir quem assassinou sua filha

Depois de perder a filha em 2015, ela decidiu investigar o caso por conta própria para chegar ao assassino da filha.

Lucinha Mota
Lucinha Mota (Reprodução / Instagram)

O assassinato de Beatriz Angélica Mota Ferreira da Silva, de sete anos, aconteceu em dezembro de 2015 na cidade de Petrolina, em Pernambuco. O corpo da menina foi encontrado na escola em que ela estudava e desde então sua mãe buscou descobrir quem foi o responsável por tirar a vida da menina. Conforme publicado pelo UOL, para alcançar seu objetivo Lucinha Mota decidiu se tornar investigadora.

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Contando sua história à reportagem, Lucinha explica que os três meses seguintes ao crime foram os piores de sua vida. Ela relata ter tentado tirar a própria vida e precisava ficar sob cuidados constantes da família. Em uma das ocasiões em que foi levada ao hospital, ela revela que decidiu lutar por justiça para a filha.

“Entendi que precisava viver para isso. Foi quando minha consciência retornou e eu comecei a buscar meios para me cuidar, cuidar da minha saúde mental e física. Passei mais ou menos um ano cuidando de mim e cobrando uma resposta do Estado”, relata.

Foi após o surgimento das imagens da câmera de segurança da escoa que Lucinha decidiu iniciar uma investigação paralela. “Começaram a aparecer algumas inconsistências. Logo de cara, o delegado responsável na época apresentou a tese de que a morte não aconteceu no local em que ela foi encontrada, o que ia contra os especialistas”.

Posteriormente, a mãe acabou descobrindo que o chefe do departamento da Polícia Científica de Pernambuco trabalhava para o colégio como segurança particular. Ela também seguia pressionando o Estado com diversas manifestações.

Ela decidiu se especializar

Fazendo lives semanais, Lucinha acabou conhecendo Freddy Ponce, investigador de homicídios, que se ofereceu para treiná-la em uma formação de investigadora criminal. “Ele produziu um relatório traçando o perfil do assassino, um criminoso sexual que tinha como vítimas crianças. Comecei a ter aulas semanais com ele e ele produziu um retrato falado com base nas imagens da câmera”.

Ela também decidiu cursar a faculdade de direito para entender a linguagem técnica e conseguir ficar atenta ao que estava acontecendo nas investigações.

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Durante as investigações, ela relata que seu principal objetivo era identificar possíveis suspeitos e fazê-los coletar o exame de DNA para colocar as amostras no Banco Nacional de Perfis Genéticos.

Ao mesmo tempo em que tentava identificar suspeitos, ela pressionava o governador para incluir o DNA do assassino de sua filha, encontrado em uma arma na cena do crime, ao banco de dados. Somente em dezembro de 2021 que ela conseguiu convencer o governador.

“Foi só quando ameacei denunciá-lo a Corte Interamericana dos Direitos Humanos como cúmplice do assassinato que eles colocaram. Quando isso foi feito, chegaram à identidade do assassino”.

O homem em questão está cumprindo pena pelo estupro de uma criança, e seu DNA foi adicionado ao banco de dados em 2017. No momento, a mãe de Beatriz aguarda que ele seja julgado pelo assassinato de sua filha.

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