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Após coma e duas cirurgias, amigo de dono de Porsche que bateu em Sandero recebe alta

Marcus Vinicius Machado Rocha confirmou à polícia que empresário Fernando Sastre bebeu antes de dirigir

Condutor do carro branco morreu
Motorista de Porsche bateu na traseira de Renault Sandero, causando a morte do motorista de app Ornaldo Viana, de 52 anos (Reprodução/TV Globo)

O jovem Marcus Vinicius Machado Rocha, que ficou ferido no acidente entre um Porsche e um Renault Sandero, na Zona Leste de São Paulo, teve alta do Hospital São Luiz Anália Franco na noite de quinta-feira (11). Antes de voltar para casa, ele falou com a polícia e confirmou que seu amigo, o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, que conduzia o carro de luxo, consumiu alguns drinques e “deu uma acelerada” ao volante antes do acidente.

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Marcus Vinicius foi internado na madrugada do último dia 31 de março, quando houve a batida. Ele quebrou quatro costelas e teve que retirar o baço. Após ficar em coma induzido e ser submetido a duas cirurgias, agora ele se recupera em casa.

O rapaz contou à polícia, seguindo o depoimento de sua namorada, eles estiveram com Fernando e sua companheira na noite do dia 30 de março em um restaurante, onde consumiram bebidas alcoólicas. Depois disso, seguiram para uma casa de pôquer e, na saída, o empresário estava “alterado por conta das bebidas”, mas não queria que ninguém dirigisse seu Porsche.

Assim, ele se ofereceu para ir embora com Fernando para evitar que ele fizesse “besteira”. Marcus Vinicius ressaltou, ainda, que Fernando deixou a casa de pôquer dirigindo de “forma tranquila”, mas em um determinado momento “deu uma acelerada”, quando acabou atingindo a traseira do Renault Sandero, matando o motorista de aplicativo Ornaldo Viana, de 52 anos.

Outras testemunhas do acidente também disseram à polícia que viram Fernando “cambaleando e com a voz pastosa”, com sinais visíveis de embriaguez. Uma mulher, que chegou ao local logo após a batida, afirma que tinham três garrafas de vidro dentro do carro de luxo.

O empresário fugiu do local do acidente com a mãe e não passou pelo bafômetro. Ele se apresentou à polícia mais de 38 horas depois, quando já não era mais possível fazer o teste. Em depoimento, ele negou ter feito o consumo de bebidas alcoólicas naquela noite, o que foi confirmado pela namorada dele.

A defesa do empresário não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

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Drinques e petiscos

A polícia obteve a comanda do restaurante em que Fernando esteve com os amigos. O documento revela que o grupo gastou R$ 620 em nove drinques alcoólicos e petiscos.

Conforme a comanda, exibida em reportagem do “SP1″, da TV Globo, Fernando e os amigos pediram oito drinques chamados Jack Pork, feito com uísque, licor, angostura e limão siciliano, além de uma caipirinha de vodca, na noite do último dia 30 de março. O grupo também consumiu uma água, uma porção de torresmo, um bolinho de costela, um hambúrguer e dois salgados.

A polícia buscou imagens das câmeras de segurança do restaurante para verificar se o empresário consumiu os drinques alcoólicos, mas havia falhas no circuito interno. Alguns dos equipamentos “passam por reparos” ou “não estão funcionando”, segundo contou o dono do estabelecimento.

Do restaurante, Fernando, a namorada e um casal de amigos seguiram para a casa de pôquer, onde funciona um esquema “open bar”. A investigação ainda apura se Fernando consumiu alguma bebida alcoólica lá.

A Polícia Civil deve ouvir nos próximos dias os policiais militares que atenderam ao caso, além de outras testemunhas.

Prisão negada

Na segunda-feira (8), a Justiça de São Paulo negou novamente o pedido de prisão do empresário. Mas, para seguir respondendo ao caso em liberdade, Fernando terá que cumprir algumas medidas cautelares. Entre elas está o pagamento de R$ 500 mil, em um prazo de 48 horas, para garantir a reparação às vítimas.

Fernando ainda teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa e o passaporte apreendido. O empresário também está proibido de se ausentar da cidade por mais de oito dias, não pode se aproximar de Marcus Vinicius e nem de testemunhas e familiares por no mínimo 500 metros de distância, e está proibido de frequentar o restaurante e a casa de pôquer onde foi antes do acidente.

Por fim, o juiz determinou que Fernando entregue o celular em até 24 horas para a perícia verificar as ligações e mensagens que recebeu da mãe dele quando ocorreu o acidente. Caso descumpra qualquer uma dessas medidas, a prisão preventiva dele poderá ser decretada.

Polícia investiga o caso
Fernando Sastre de Andrade Filho (à esquerda) dirigia Porsche quando bateu na traseira de Sandero, matando o motorista de app Ornaldo da Silva Viana (Reprodução/Redes sociais)

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