A Polícia Civil diz que indícios apontam que o menino venezuelano Keiner Geremias Caraballo Marcano, de 7 anos, que foi encontrado morto, cortado e queimado, em Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo, era agredido “constantemente”. O tio dele, Isac José Marcano Romero e o companheiro, Leonardo David Santos Silva, foram presos suspeitos pelo assassinato.
“O comportamento totalmente omisso [do tio], uma falta de empatia com o desaparecimento do sobrinho, chamou bastante atenção da equipe de investigação. Então vieram as informações do comportamento às vezes mais agressivo do tio com a criança. E ela tinha bastante medo do tio. Então entendemos pela representação da prisão temporária para investigar melhor”, detalhou a delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em entrevista à TV Globo.
O garoto estava desaparecido desde o último dia 27, quando brincava em um campo de futebol e não foi mais visto. O corpo dele foi achado na tarde de quarta-feira (31), cortado e queimado, já em estado de decomposição, em um campo aberto na Rua Ipê Roxo. As buscas foram feitas com ajuda de cães farejadores da Guarda Civil Metropolitana (GCM).
O local em que o corpo estava ficava nas proximidades da casa em Keiner morava com a avó e o tio. Esse foi outro ponto que chamou a atenção da polícia, pois o cheiro do cadáver em decomposição era muito forte e não podia ser ignorado por quem passasse pela área.
“Não era crível que não houvesse nenhuma suspeita por parte da família de que o corpo estivesse naquele quintal, diante do forte cheiro que exalava e por estar tão próximo da residência”, aponta o relatório policial inicial sobre o caso.

Desaparecimento
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), a família do garoto só registrou o desaparecimento dele dois dias depois do sumiço, no dia 29 de janeiro. Na ocasião, o tio contou que Keiner brincava em um campo de futebol com outras crianças, por volta das 16h do dia 27, quando a avó foi procurá-lo e não o encontrou.
Os parentes alegam aguardaram até aquela noite para ver se Keiner aparecia e, como ele não voltou para casa, eles passaram a fazer buscas na região e a alertar os vizinhos sobre o desaparecimento. Assim, só registraram o boletim de ocorrência dois dias depois do sumiço.
Durante as investigações, foram feitas oitivas de testemunhas, sendo que algumas entregaram imagens de câmeras de segurança que mostraram o tio de Keiner e o companheiro colocando um saco preto em um carro. Questionado, Romero disse que se tratava de material de pesca.
Porém, o DHPP solicitou a prisão temporária do tio e do companheiro dele. As defesas de Romero e Silva não foram encontradas para comentarem o assunto até a publicação desta reportagem.

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