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VÍDEO: Em audiência, suspeita de matar ex-sogro e a mãe dele envenenados afirma que tentou se matar

Amanda Partata, 31, disse que perdeu o bebê que esperava e que estava internada, mas juiz negou soltura

Mulher afirma que está grávida do filho da vítima
Advogada Amanda Partatan (à esq) foi presa suspeita de matar o ex-sogro e a mãe dele com doces envenenados, em Goiânia, Goiás (Reprodução/Redes sociais)

A advogada Amanda Partata, de 31 anos, passou por uma audiência de custódia na tarde de quinta-feira (21), em Goiânia, Goiás, quando teve a prisão mantida pela Justiça. Ela é suspeita de matar o ex-sogro, Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e a mãe dele, Luzia Tereza Alves, de 86, envenenados. Ao ser ouvida pelo juiz, a detida reclamou da forma que foi presa, pois estava em tratamento em uma clínica, disse que “perdeu o bebê” que esperava e confirmou que, “mais de uma vez”, tentou se matar após a repercussão do caso: “Minha vida acabou”, disse.

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Um vídeo, divulgado pelo portal “Mais Goiás”, mostra um trecho da audiência de custódia. Assista abaixo:

Ao ser ouvida, Amanda disse que é advogada e ressaltou que agora “iria trabalhar como psicóloga”, mas ainda estava terminando seu consultório. Apesar disso, o Conselho Regional de Psicologia de Goiás (CRP-GO) informou que ela não tem registro profissional ativo no banco de dados da entidade.

A advogada afirmou que já fez tratamentos contra problemas psiquiátricos, como anorexia e depressão. Ela confirmou que tomava medicação até pouco antes de engravidar, em julho deste ano. Depois, ao ser questionada se tentou se matar, ela confirmou. “Essa história acabou com a minha vida, é uma história midiática, todo mundo já viu meu rosto, acabou com a minha vida. Depois dos fatos eu tentei [me matar] várias vezes”.

O juiz André Reis Lacerda a questionou se esse comportamento já tinha acontecido antes e ela disse que sim, mesmo tomando medicamentos ela já tentou o suicídio. A defesa da advogada alegou que a prisão deveria ser revogada, já que ela estava em tratamento médico em uma clínica e não oferecia riscos de fuga.

Porém, o magistrado manteve a prisão temporária dela. “Considerando que sua finalidade precípua é a imprescindibilidade para as investigações do inquérito policial, sobretudo quando presentes fundados indícios de autoria e de materialidade, o que é o caso dos autos, conforme demonstrados na decisão que decretou a prisão temporária da custodiada, bem como a ausência de alteração fática e jurídica das circunstâncias que ensejaram a decretação da prisão temporária da custodiada, a manutenção da cautelar, nesse momento, é imperiosa”, escreveu Lacerda.

A defesa da advogada não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

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Motivação do crime

Segundo o delegado Carlos Alfama, ainda é apurado que tipo de substância Amanda usou para envenenar o ex-sogro e a mãe dele. Para o investigador, ela planejava se vingar depois de ter sido rejeitada pelo filho da vítima.

“Eu acredito que a intenção dela era matar qualquer pessoa que consumisse os alimentos”, disse o delegado ao site G1.

“Foram comprados diversos alimentos. Até por uma questão técnica, é mais possível que o veneno tenha sido ministrado no suco, porque é mais fácil dissolver o veneno no meio líquido”, detalhou o investigador.

Mais de 300 pesticidas estão sendo analisados para tentar identificar se podem ter sido aplicados. “Mesmo que a perícia não encontre veneno algum nas substâncias apreendidas, a certeza que foi uma morte por envenenamento se mantém. Nesse caso, o que leva a crer que foi uma morte por envenenamento e o descarte da outra possibilidade. Não foi intoxicação alimentar, isso a perícia facilmente já detectou. A pessoa ingere alimentos, não foi infecção bacteriana, qual a outra possibilidade? O perito apontou: a morte foi por envenenamento”, ressaltou Alfama.

O investigador disse que a advogada alegava que estava grávida, mas mesmo assim o filho da vítima terminou a relação de três meses. Assim, ela se sentiu rejeitada e decidiu se vingar. Alfama concluiu que a gestação é falsa.

Segundo a polícia, a mulher deve responder por duplo homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e envenenamento.

Entenda o caso

De acordo com a Polícia Civil, Amanda comprou doces em um estabelecimento famoso da cidade para um café da manhã em família, no último domingo (17). Horas depois, Leonardo e Luzia passaram mal e foram hospitalizados, mas não resistiram. A investigação descartou irregularidades nos produtos da doceria.

Conforme a investigação, Amanda teve um relacionamento com o filho de Leonardo por cerca de três meses, mas eles romperam. Depois disso, ela afirmou que está grávida e apresentou exames aos familiares do rapaz. Assim, continuava mantendo contato com eles.

No domingo, ela foi ao encontro do ex-sogro e da mãe dele para um café da manhã. Ela chegou ao local levando alguns doces e outros alimentos. Pouco mais de três horas depois, Leonardo e Luzia começaram a sentir dores abdominais, vômitos e diarreia. Ambos foram internados no Hospital Santa Bárbara, em Goiânia, mas o quadro piorou e os dois morreram ainda naquele dia.

Amanda chegou a relatar que também se sentiu mal enquanto estava voltando para Itumbiara (GO), onde mora, e por isso decidiu voltar para Goiânia. Assim, incialmente, levantou suspeitas contra a doceria onde adquiriu os produtos.

A polícia e outros órgãos de fiscalização visitaram as unidades do estabelecimento e não encontraram nenhuma evidência de contaminação. Assim, foi descartado que os doces tinham sido a causa da morte das vítimas.

O caso seguiu em investigação e, na noite de quarta-feira (20), Amanda foi presa. Na porta da delegacia, ela disse que está grávida e negou que tenha envenenado o ex-sogro e a mãe dele. No entanto, a polícia acredita que a gestação era falsa.

Mãe e filho faleceram no último final de semana; doceria não será responsabilizada
Leonardo e sua mãe, Luzia, morreram horas depois de consumirem alimentos envenenados, em Goiânia Imagem: Extra

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