O médico Daniel Sonnewend Proença, de 32 anos, o único sobrevivente de um ataque em um quiosque na Praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi transferido para um hospital em São Paulo, na segunda-feira (9). O ortopedista, que foi atingido por 14 tiros e teve que passar por uma cirurgia nas pernas, agora vai iniciar um processo de reabilitação.
Conforme reportagem do jornal “O Globo”, os tiros provocaram pelo menos 24 perfurações no corpo do médico, que sofreu lesões no tórax, intestino, pélvis, mão, pernas e pé. Dois projéteis ficaram alojados, sendo que um permanece na escápula e um foi retirado. A bala será entregue à perícia da Polícia Civil.
Logo após o ataque, o médico foi levado ao Hospital Lourenço Jorge. Depois, foi transferido para o Hospital Samaritano Barra e, conforme a unidade de saúde, agora ele seguirá em tratamento na capital paulista.
“O Hospital Samaritano Barra, da rede Americas, informa que o médico Daniel Sonnewend Proença acaba de ser transferido para um hospital em São Paulo, para continuidade da reabilitação e tratamentos posteriores. Todos os procedimentos realizados com relação às revisões cirúrgicas e a fixação definitiva do fêmur foram avaliados e estabilizados para que o processo da transferência fosse realizado em segurança atendendo ao pedido da família, quanto ao retorno para a capital paulista”, destacou o Samaritano Barra.
Enquanto ainda estava no RJ, o médico apareceu em um vídeo dizendo que “estava bem”. “Pessoal, eu tô bem, viu? Tá tudo tranquilo graças a Deus. Só algumas fraturas, mas vai dar certo. A gente vai sair dessa juntos. Valeu pela preocupação. Obrigado!”, disse (veja abaixo).
O ortopedista e os amigos que morreram no ataque, os médicos Diego Ralf Bomfim, de 35 anos; Marcos de Andrade Corsato, de 62; e Perseu Ribeiro Almeida, de 33, tiraram uma foto no quiosque momentos antes.
O ataque
Os ortopedistas estavam hospedados no Hotel Windsor, na Avenida Lúcio Costa, para o 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo. Eles seguiram até o quiosque, que fica nas proximidades, por volta das 00h59 da última quinta-feira (5), quando os criminosos já chegaram atirando (assista abaixo).
Conforme reportagem da TV Globo, a polícia acredita que os suspeitos confundiram o médico Perseu Ribeiro Almeida como sendo Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, que é filho de Dalmir Pereira Barbosa, apontado como um dos principais chefes de uma milícia que atua na região.
O médico e Taillon tinham semelhanças físicas e o alvo mora nas proximidades do quiosque onde ocorreu o crime. Assim, os traficantes queriam se vingar pela morte do colega Paulo Aragão Furtado, conhecido como Vin Diesel, que foi assassinado no último dia 16 de setembro por milicianos, e acabaram matando o médico por engano.
Depois do crime, um dos suspeitos teria voltado ao quiosque para conferir se Perseu estava morto, acreditando que se tratava de Taillon.
Na noite de quinta-feira, a polícia encontrou quatro corpos em dois carros na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Três deles estavam no veículo na Rua Abrahão Jabour, nas proximidades do Riocentro, e o outro na Avenida Tenente-Coronel Muniz de Aragão, na Gardênia Azul. Conforme a corporação, dois foram identificados como Philip Motta Pereira, o Lesk, que seria chefe de um grupo de traficantes, e Ryan Nunes de Almeida. Ambos são suspeitos de participar da execução dos médicos.

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