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Alarme disparado e mordida de cão: saiba como o brasileiro foragido foi recapturado nos EUA

Danilo Cavalcante era procurado desde o último dia 31 e foi achado após verdadeira caçada da polícia

Ele foi condenado à prisão perpétua
Danilo Sousa Cavalcante, de 34 anos, acabou recapturado após passar 14 dias foragido, nos EUA (Reprodução/Twitter)

A Polícia dos Estados Unidos revelou detalhes sobre a captura do brasileiro Danilo Sousa Cavalcante, de 34 anos, que passou 14 dias foragido após ser condenado à prisão perpétua pela morte da maranhense Débora Evangelista Brandão, também de 34 anos, em Phoenixville, na Pensilvânia. Ele foi recapturado na manhã desta quarta-feira (13), escondido embaixo de uma pilha de madeira. Antes de ser detido, acabou sendo mordido por um cão farejador.

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Conforme o tenente-coronel George Bivens, da polícia estadual da Pensilvânia, o brasileiro portava um rifle e tentou fugir ao avistar os policiais, mas foi impedido pelo cachorro e rendido por um policial.

“Ele começou a escalar levando o rifle [que havia roubado de um morador]. Um dos agentes estava com um cão, soltou esse cão. Ele foi cercado, o cão derrubou ele, que continuou a resistir. Ninguém ficou ferido, mas ele teve um ferimento leve de mordida [de cachorro]. Ele foi levado sob custódia e vai ser transferido para uma unidade prisional onde retomará o cumprimento de pena”, revelou Bivens ao canal CBS News.

Segundo o tenente-coronel, o cerco contra o brasileiro ocorreu em uma área de floresta perto do South Coventry depois que o alarme de uma casa disparou durante a madrugada de hoje. A operação então passou a focar pelas buscas naquela área, mas uma tempestade, com muitos raios, acabou fazendo com que os trabalhos fossem suspensos.

Já durante a manhã, quando a chuva diminuiu, os policiais avançaram e uma aeronave, equipada com câmeras térmicas que detectam o calor humano, identificou uma movimentação em uma área de vegetação baixa.

Os agentes continuaram fechando o cerco e Cavalcante foi localizado, tentando se esconder embaixo de uma pilha de madeira. “Ele ainda tentou rastejar pela vegetação rasteira, levando o rifle que tinha com ele”, disse Bivens.

Porém, o policial soltou o cão farejador que o acompanhava e o brasileiro foi capturado. Ferido, foi atendido por um médico, que constatou que a lesão era superficial. Na sequência, ele foi levado de carro até a sede da polícia local.

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“A captura de Cavalcante dá fim ao pesadelo das duas últimas semanas, e agradecemos a cada um dos policiais regionais, estatuais e federais que saíram às ruas em todas as condições, dia e noite”, declarou a polícia do condado de Chester, na Pensilvânia, em um comunicado

Ele passou 14 dias foragido
Danilo Sousa Cavalcante, de 34 anos, foi mordido por cão farejador e acabou rendido por policial, nos EUA (Reprodução/Twitter)

Caçada

Cavalcante era procurado desde que escalou um muro para escapar da prisão do condado de Chester, na Pensilvânia, no dia 31 de agosto. Ele tinha acabado de ser condenado pela morte de Débora Evangelista, quando conseguiu escapar.

No início desta semana, ele invadiu a casa de um morador e roubou um rifle, mas fugiu novamente. Na ocasião, o nome dele entrou na lista vermelha da Interpol, a polícia internacional.

A polícia classificava o fugitivo como “perigoso” e chegou a oferecer uma recompensa de US$ 25 mil (cerca de R$ 123 mil) pela captura dele. Ao todo, mais de 500 policiais, incluindo agentes do FBI, participaram da megaoperação de buscas.

Os agentes gravaram uma mensagem da mãe do brasileiro, em português, pedindo para ele se entregar. Esse áudio era tocado pelas viaturas durante as buscas pelo homem.

Em entrevista ao jornal “The New York Times”, cuja reportagem foi reproduzida pela “Folha de S.Paulo”, a mãe do homem, Iracema Cavalcante, revelou que nunca falou com a polícia norte-americana. No entanto, por meio da filha dela, Eleni Cavalcante, que agora foi presa e será deportada, enviou um áudio no qual pedia para que Danilo se entregasse.

Agora, depois da repercussão sobre a fuga dele, ela disse que hoje já vê o filho “como morto”. “Em um lugar estranho, pisoteado, todo mundo mentindo sobre ele, dizendo que ele é algo que não é”, ressaltou ela, que destacou que se pudesse mandar um novo recado diria que “ele peça a Deus que o perdoe pelo que fez”.

Por causa da fuga de Cavalcante, atrações turísticas chegaram a ser fechadas por tempo indeterminado e a orientação aos moradores era a de que acionassem as autoridades a qualquer suspeita da aproximação dele.

Durante os dias em que ficou foragido, ele mudou a aparência, se escondeu na mata, roubou uma van que estava com a chave no contato, roubou um rifle e ainda trocou tiros com o dono da arma.

Ele fugiu após ser condenado à prisão Perpétua
Polícia dos EUA faz verdadeira caçada pelo brasileiro Danilo Cavalcante, de 34 anos, considerado perigoso e armado (Reprodução/Chester County District Attorney)

Condenação à prisão perpétua

Segundo a acusação, o homem não aceitava o fim do relacionamento e atacou Débora a facadas. Os dois filhos da mulher presenciaram o crime.

O caso aconteceu no dia 18 de abril de 2021. Débora morava há cerca de cinco anos nos Estados Unidos e seus familiares contaram que a vítima tentou terminar o relacionamento com Cavalcante por várias vezes, mas ele se recusava e continuava insistindo.

Ainda conforme o processo, desde 2020 o homem fazia constantes ameaças, até que executou Débora. Ele foi preso no estado da Virgínia, mais ou menos 1h30 após o assassinato.

A promotora do caso, Deborah Ryan, disse durante o julgamento que o réu matou a vítima porque ela teria ameaçado de contar às autoridades de que ele já tinha sido acusado de assassinato no Brasil. “Ele teria sido exposto, e quis silenciá-la. É uma tragédia triste e sem sentido”, afirmou.

Já o juiz Patrick Carmody disse que Danilo é egoísta e um “homem pequeno” por não admitir culpa e o sentenciou à prisão perpétua.

Ele não aceitava o fim do relacionamento
Danilo Sousa Cavalcante, de 34 anos, foi condenado a prisão perpétua pela morte da maranhense Débora Evangelista Brandão, de 34, nos EUA (Reprodução/Departamento de Polícia de Chester County/Arquivo Pessoal)

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