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Jovem que parou na UTI após cheirar pimenta sofria com crises alérgicas frequentes, revela mãe

Thais Medeiros de Oliveira, de 25 anos, teve crise de asma grave e segue internada em Anápolis, Goiás

Caso aconteceu em Anápolis, Goiás
Trancista Thais Medeiros de Oliveira, de 25 anos, segue em recuperação após passar mal por cheirar pimenta (Reprodução/Arquivo pessoal)

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A trancista Thais Medeiros de Oliveira, de 25 anos, que passou mal após cheirar uma pimenta e acabou com lesões neurológicas, segue internada em Anápolis, Goiás. Os médicos acreditam que o condimento foi o gatilho para uma crise grave de asma, que a fez ter falta de oxigenação no cérebro, levando a danos irreversíveis. A mãe dela, Adriana Medeiros, contou que a jovem sofria com bronquite desde que ficou grávida.

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“A Thais contraiu asma e bronquite no final da gravidez dela, desde então, eu venho lutando com ela. Ela tem alergia a muita coisa, só que a gente ainda não sabia. A gente ia começar um tratamento com ela no Hospital das Clínicas em Goiânia, mas, por motivo financeiro, não conseguimos continuar. Ela disse: - não, mãe, depois a gente faz”, contou ao site G1.

Segundo Adriana, por conta das crises frequentes, a filha já tinha ficado internada cinco dias com uma bactéria no pulmão. Ela se recuperou, mas era comum ter sintomas como falta de ar, tosse e corpo empolado. Apesar disso, ninguém sabia que ela poderia ter alguma reação à pimenta.

Thais passou mal na tarde do último dia 17 de fevereiro durante um almoço na casa do namorado. O rapaz contou que ela cheirou a pimenta em conserva e, em seguida, começou a “perder as forças”. Ela foi levada às pressas até o Hospital Evangélico Goiano (HEG), onde foi constatado que sofreu um edema cerebral.

Ao chegar no hospital, a jovem sofreu uma parada cardiorrespiratória, quando ficou cerca de sete minutos sem pulso e 15 minutos sem oxigênio. Assim, ela foi sedada e intubada para evitar danos cerebrais. Depois, foi transferida para a Santa Casa de Anápolis, onde ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por 20 dias.

Médico alergista da Santa Casa, Lany Noleto explica que a jovem já tinha uma doença inflamatória, a asma, em que a crise pode ser provocada por um motivo “irritante”.

“A crise pode ser provocada por um irritante e o odor da pimenta pode fazer isso também. Qualquer alimento pode causar reações alérgicas, alguns mais frequentes como amendoins, coco, castanhas. Já peguei casos de anafilaxia (alergia) até de abóbora e berinjela, e documentado com exames e tudo”, destacou o alergista.

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Ela sofre de asma
Thais Medeiros de Oliveira, de 25 anos, passou mal após cheirar pimenta e acabou na UTI em estado grave, em Anápolis, Goiás (Reprodução/Arquivo pessoal)

Danos irreversíveis

O médico Rubens Dias, que cuidou de Thais na UTI, explica o que aconteceu para que a jovem sofresse danos neurológicos irreversíveis. “O que ela teve foi um período que o cérebro não tem oxigenação devida, porque o coração não estava bombeando sangue para o corpo. E ele gera uma lesão que é irreversível e tem um potencial de gravidade muito grande”, contou.

“Em relação à questão do prognóstico neurológico dela, a gente espera uma lesão neurológica grave. (...) O cérebro ainda pode ter alguma recuperação, mas a gente acredita que voltar às atividades habituais dela, as atividades normais, isso, infelizmente, não”, explicou o profissional em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo.

Nesta semana, Thaís foi transferida da UTI para o quarto e deve começar o tratamento de reabilitação.

A família da trancista abriu uma vaquinha online para conseguir pagar a conta do hospital particular onde a jovem foi socorrida inicialmente e também para custear os medicamentos e fraldas que ela vai precisar durante a reabilitação.

‘Pimenta bode’

Conforme o namorado de Thaís, a jovem cheirou a conhecida “pimenta bode” que estava em conserva. O condimento é muito usado na culinária do Centro-Oeste, principalmente em pratos típicos goianos.

Conforme dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ela tem ardência considerável e estima um patamar entre 120 mil e 190 mil na escala Scoville (que varia de 2 mil a 2 milhões).

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