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Cidade de São Paulo não terá aulas de reforço na rede municipal em setembro

Inquérito sorológico aponta riscos da retomada do ensino público na disseminação da covid-19

Coletiva nesta terça (18) contou com o prefeito Bruno Covas (PSDB) e os secretários da Saúde e da Educação Reprodução

O ensino municipal de São Paulo não vai retomar atividades de reforço e recuperação em setembro, mesmo com autorização do governo estadual. A decisão foi anunciada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) no início da tarde de terça-feira (18).

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Em coletiva, a prefeitura apresentou a primeira fase de um inquérito sorológico sobre a covid-19 específico para estudantes da capital paulista. Foram testadas 6 mil crianças de um universo de 675,9 mil matriculadas na rede municipal, com idades entre 4 e 14 anos, dos dias 6 a 10 de agosto.

De acordo com o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, a prevalência da doença nos alunos é de 16,1% – o que equivale a 108,8 mil estudantes nesta faixa etária dos ensinos infantil e fundamental. Os grupos entre 4 e 5 anos (16,5%) e 6 a 10 anos (16,2%) são mais atingidos do que as crianças entre 11 e 14 anos (15,4%).

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Os números são mais altos do que o apontado para a população total da cidade de São Paulo. No inquérito sorológico anterior, divulgado na quinta-feira (13), foi verificada uma prevalência de 10,2% no município, o que equivale a 1,3 milhão de pessoas.

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Entre as crianças que estão imunizadas para a doença – seja por estar com o coronavírus ativo ou já curadas, 64,4% são assintomáticas, enquanto 35,6% apresentaram sintomas. “Estamos falando da possibilidade de duas a cada três crianças contaminadas com o vírus não apresentarem nenhum sintoma”, alertou Covas.

Entre todas as crianças testadas e entrevistadas, 25,9% afirmaram morar com ao menos uma pessoa com 60 anos de idade ou mais, considerado grupo de risco para a doença. A prevalência de covid-19, assim como a pesquisa geral, é maior entre alunos das classes D e E, que correspondem a 64,4% do total de matriculados.

O prefeito alerta ainda para a dificuldade de manter o distanciamento social entre as crianças no ambiente escolar, de controle mais difícil do que bares, restaurantes, lojas e supermercados. “Um contingente maior de pessoas contaminadas, mais difícil de aplicar regras de distanciamento social, mais assintomático que a maioria da população. Nesse momento, a volta às aulas representaria um grande vetor de contaminação, ampliação e disseminação da doença na cidade.”

O município, porém, mantém aberta a possibilidade de um retorno às aulas em outubro, e fará outros inquéritos sorológicos, com a participação de estudantes da rede estadual e privada na capital paulista, para ter um cenário mais amplo da doença neste público.

Com as aulas ainda em modelo digital, à distância, o secretário da Educação, Bruno Caetano, deve apresentar nesta semana novas ações para reforçar as atividades municipais. Questionado sobre a possibilidade de adiar por completo a retomada presencial neste ano, Covas defendeu os critérios de avaliação da prefeitura.

“O coerente é a gente tomar a decisão com o respaldo da área da saúde. Foi a área da saúde que determinou a suspensão, e é ela que determina o momento apropriado. Quando isso for feito, a educação vai determinar como isso será essa retomada”, disse.

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