O ministro da Economia, Paulo Guedes, perdeu na terça-feira (11) os dois integrantes da sua equipe que mais tinham a marca da agenda liberal que prometeu implementar na economia brasileira no início do governo.
ANÚNCIO
O empresário e um dos fundadores da Localiza, Salim Mattar, e o economista Paulo Uebel pediram demissão depois de um ano e meio de dificuldades para implementar no governo as medidas para quais foram convidados a integrar o governo Bolsonaro: as privatizações e a reforma administrativa, duas das quatro principais agendas de Guedes, além das reformas da Previdência e tributária.
Auxiliares de Guedes reconhecem que esse é um dos momentos mais difíceis para ele desde o início do governo e temem que ele também possa pedir demissão. «Se me perguntarem se houve uma debandada hoje (ontem), houve», disse Guedes a jornalistas, depois de se reunir com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Segundo o ministro, apesar das demissões, o governo vai «avançar com as reformas». «Nossa reação à debandada que ocorreu vai ser avançar com as reformas», afirmou.
Recomendados
Cão Joca: morte de cachorro após erro em voo levanta discussão sobre o transporte de animais
Finalmente! Após uma longa espera, estas quatro séries da Netflix vão estrear novas temporadas
PM vira réu por morte de idosa com tiro de fuzil no Morro do Turano (RJ)
Veja também:
Operação fiscaliza postos de combustível de SP por possíveis irregularidades
Confira a cotação do dólar comercial em tempo real nesta quarta, 12 de agosto
Segundo Guedes, Mattar saiu porque está insatisfeito com o ritmo das privatizações no governo. «O establishment não deixa», disse Guedes. Já Uebel pediu demissão por discordar da estratégia do governo federal de deixar parada a reforma administrativa, que faz uma reformulação do RH do Estado. Guedes disse que o «timing» da reforma, engavetada pelo presidente Jair Bolsonaro por mexer com o funcionalismo público, é «político».
Com as duas saídas de ontem, a equipe econômica soma agora cinco baixas. Nas últimas semanas, Mansueto Almeida já havia deixado o Tesouro Nacional, Caio Megale deixou a diretoria de programas da Secretaria Especial da Fazenda e Rubem Novaes anunciou que deixará a presidência do Banco do Brasil.
A queda de Mattar e Uebel, considerados liberais «puro sangue» do governo, foi interpretada com uma derrota da agenda liberal de Guedes em troca da reeleição do presidente Bolsonaro, que se aproximou de lideranças políticas contrárias à reforma administrativa e à venda das estatais.