Com mais de quatro mil casos confirmados de coronavírus, o estado do Maranhão inicia nesta terça-feira (5) o ‘lockdown’ em São Luiz e outros três municípios da região metropolitana, Raposa, Paço do Lumiar e São José do Ribamar.
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A partir de agora, a entrada e circulação de carros ficam restritas nos municípios e a fiscalização em supermercados, farmácias e agências bancárias vai ser intensificada.
O Maranhão é o terceiro estado do Nordeste em número de confirmações da doença, ficando atrás de Pernambuco e do Ceará, que lidera o ranking. No Hospital Leonardo da Vinci – que é de responsabilidade do estado – a ocupação dos leitos, de enfermaria e de UTI, é de 91%.
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Já a cidade do Rio de Janeiro chegou a ter apenas três leitos disponíveis para transferência de pacientes com coronavírus na fila de espera das unidades municipais, estaduais e federais. A capital fluminense tem 97% dos leitos de UTI ocupados, o estado, 84%, e o sistema privado está próximo dos 90% de ocupação.
O atraso na inauguração de leitos também é um problema: o hospital de campanha do Riocentro, na Zona Oeste, tem em funcionamento apenas 20 dos 100 leitos de UTI prometidos. O governador Wilson Witzel deve se reunir nesta terça com integrantes com representantes do Ministério Público do Rio de Janeiro para discutir medidas que fortaleçam a taxa de isolamento social.
Para combater o vírus nos transportes, concessionárias que administram diferentes modais vão ter que disponibilizar álcool gel 70% em todas as estações de trem, metrô e barcas do estado.
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Em visita à Manaus, o ministro da Saúde admite que recursos são escassos em todo o País e afirma que vai dar apoio ao Amazonas. O estado – que tem mais de sete mil casos e quase 580 mortes por coronavírus – é o primeiro a ser visitado por Nelson Teich desde que assumiu o cargo.
Entre 23 de abril e 3 de maio, 337 pessoas morreram em casa sem conseguir atendimento e sem testar para a covid-19 nos hospitais da rede estadual do Amazonas. Além de impactar o sistema de saúde com mais de 90% dos leitos de UTIs ocupados, a pandemia gera uma crescente quantidade de enterros.
Já o estado de São Paulo tem, hoje, 67% dos leitos de UTI em uso, mas na capital e região metropolitana, a situação é um pouco mais complicada: 88%. De acordo com os dados mais recentes, são 2.654 mortes em todo o estado, 1.775 na capital, com uma média diária de mortes que cresceu 280% em um mês.
Para tentar diminuir a curva de contágio, o governo estadual tornou obrigatório o uso de máscaras em locais públicos, estabelecimentos comerciais e repartições públicas. Há uma promessa de distribuição do equipamento em áreas mais pobres e não há previsão de punição para quem não usar a máscara: a fiscalização fica a cargo das prefeituras.
Outra medida ainda gera um pouco de polêmica: a prefeitura de São Paulo está promovendo bloqueios no trânsito para desestimular a população a sair de casa: só passam ônibus, táxis, viaturas de serviço e profissionais de saúde.
A taxa de isolamento social no estado se mantém abaixo dos ideais 70% para que o sistema de saúde não entre em colapso. O governador João Doria já disse que os municípios com isolamento abaixo de 50% não terão flexibilização da quarentena.