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Entenda os sintomas e transmissão da febre hemorrágica registrada em SP

C. S. Goldsmith

Um caso fatal de febre hemorrágica brasileira foi registrado no dia 17 de janeiro na cidade de Sorocaba, interior de São Paulo. O paciente apresentou os primeiros sintomas no último dia 30 de dezembro, quando estava em Eldorado, no Vale do Ribeira. O óbito ocorreu em 11 de janeiro no Hospital das Clínicas da FMUSP, na capital.

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A febre, também conhecida pelo nome de seu transmissor, o arenavírus, é uma doença rara, isolada e restrita, segundo a Secretaria de Estado da Saúde.

Transmissão
Podem ser hospedeiros dos vírus os roedores silvestres, ou seja, que vivam em ambiente de mata e com alta densidade de vegetação. A infecção de humanos só ocorre de forma acidental, se houver inalação de partículas com urina, fezes e saliva desses animais. Por isso, a principal medida de prevenção é evitar contato com esses animais, encontrados em áreas rurais e de mata.

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Até o momento, não há registros de transmissão entre humanos, que só ocorre se houver contato com secreções de alguém infectado – como sangue, urina, fezes, saliva, vômito, sêmen e outras secreções ou excreções –, em ambientes fechados, sem equipamento de proteção e por tempo prolongado.

A Secretaria de Estado da Saúde está monitorando, juntamente com o Ministério da Saúde, de forma preventiva, todas as pessoas que tiveram contato com o paciente.

“É importante destacar que não há motivo para preocupação. É uma doença rara e restrita aos ambientes silvestres. A melhor forma de prevenção é evitar o contato com roedores que vivem nestes locais”, destaca a diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo, Helena Sato.

Sintomas
O início dos sintomas da doença pode ocorrer de 6 a 14 dias, podendo variar de 5 a 21 dias, após a exposição ao vírus. Esse intervalo de tempo é chamado de “período de incubação”. Os primeiros sinais são febre, mal-estar, dores musculares, dores de cabeça, no estômago, ao redor dos olhos, tonturas, sensibilidade à luz. O arenavírus causa febre hemorrágica e pode ter complicações neurológicas e hepáticas. O tratamento é feito conforme o quadro clínico e sintomas do paciente.

A confirmação laboratorial requer técnicas específicas de isolamento do vírus, com detecção e sequenciamento do genoma. Para este caso, foram realizados diversos exames, com participação do Laboratório de Técnicas Especiais do Hospital Albert Einstein, que identificou o arenavírus, e confirmado pelo Laboratório de Investigação Médica do Instituto de Medicina Tropical do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e Instituto Adolfo Lutz. O laboratório de referência nacional para febres hemorrágicas é o Instituto Evandro Chagas.

Na literatura há registro de quatro casos humanos de febre hemorrágica brasileira, todos na década de 90. Destes, três foram registrados no Estado de São Paulo e adquiridos em ambientes silvestres, sendo o último em 1999.

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