Foco

Professores estaduais prometem realizar paralisação na terça

Os professores da rede estadual de ensino de São Paulo prometem realizar paralisação na terça-feira (3). A intenção é pressionar pela retirada da reforma da Previdência dos servidores do estado e da proposta de nova carreira do magistério estadual.

A presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo) e deputada estadual, Maria Izabel Azevedo Noronha (PT), afirmou que a paralisação ocorrerá em todas as terças-feiras e nos dias em que estiverem em tramitação as duas matérias na Assembleia Legislativa – a proposta de emenda constitucional 18/2019 e o projeto de lei complementar 80/2019.

Veja também:
São Paulo vai tapar buracos de rua com giz de cera e termômetro
Porta-voz da PM diz que um inquérito foi aberto para apurar mortes em Paraisópolis

Recomendados

“O desprezo do governador pelo servidor parece não ter limites”, declarou Izabel, “mas nossa categoria tem um histórico de luta por garantia de direitos e seguiremos firmes em mais essa batalha, tanto nas ruas como na Assembleia Legislativa.”

Alterações

A nova carreira dos professores, anunciada pelo governador João Doria (PSDB), é alvo de críticas do sindicato da categoria.

Na reformulação, os professores deverão abrir mão de direitos da atual carreira, como quinquênios, sexta-parte (adicional por 20 anos de serviço), licença-prêmio, ALE (adicional recebido quando a escola fica em local de difícil acesso) e outros acréscimos e vantagens conquistados ao longo da carreira.

De acordo com o anúncio feito pelo governo estadual, para os professores ingressantes, a nova carreira será obrigatória. Essa seria uma forma de “valorização dos profissionais em início de carreira”, segundo Doria.

O modelo atual, segundo o Palácio dos Bandeirantes, é composto por estrutura com 64 referências salariais, que consideram tanto as promoções por mérito como a evolução funcional.

A nova proposta reduz para 15 referências, e aumenta o salário inicial de R$ 2.585 para R$ 3.500, no ano que vem, e para R$ 4.000, em 2022 – totalizando um reajuste de 54%. No modelo de hoje, com as promoções a remuneração pode chegar a R$ 7.316,80. Em nota, o governo defende que, “no topo da carreira, o professor poderá chegar a um salário de R$ 11 mil.”

Na ponta do lápis

O que muda na nova carreira do magistério:

  1. O salário base recebe aumento em 54%; passa de R$ 2.585 para R$ 3.500 em 2020, e depois para R$ 4.000 em 2022.
  2. Acabam os adicionais, como sexta-parte, quinquênios e gratificações; a evolução na carreira será feita por meio de provas, e não por mérito ou tempo, o que desagrada a categoria

Reforma da previdência dos professores do estado:

Como é hoje:

  1. Mulher: 50 anos com 25 de contribuição
  2. Homem: 55 anos com 30 de contribuição

Como fica:

  1. Mulher: 57 anos com 40 de contribuição*
  2. Homem: 60 anos com 40 de contribuição*

*Mínimo de 25 anos

Contribuição previdenciária: teria aumento de 11% para 14% no salário.

Tags

Últimas Notícias


Nós recomendamos