A juíza Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo, condenou o humorista e apresentador Danilo Gentili, nesta quarta-feira, 10, a uma pena de seis meses e 28 dias de detenção, em regime inicial semiaberto, por ter praticado crime de injúria contra a deputada federal Maria do Rosário, do PT do Rio Grande do Sul. Ele poderá recorrer da sentença em liberdade.
Em 2016, o apresentador publicou mensagens chamando a deputada de «cínica, falsa e nojenta», entre outras ofensas. Gentili foi processado pela parlamentar. Ele também ironizou a deputada ao rasgar um documento enviado por ela e colocá-lo dentro das calças.
Na decisão, a juíza ressalta o direito à liberdade de expressão, mas enfatiza que, quando alguém ultrapassa a linha da ética, surge no Estado de Direito a tutela penal como legítimo instrumento de contenção contra o uso abusivo da liberdade de expressão. «Verifico que o humorista e apresentador dolosamente injuriou através da internet a deputada federal, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, atribuindo-lhe a alcunha de ‘puta'», escreveu a magistrada.
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Nas redes sociais, Danilo Gentili ganhou apoio de seguidores e outros artistas que também trabalham com humor, como Tom Cavalcanti, Marcelo Tas e Oscar Filho.
Até um dos filhos do presidente da República, Jair Bolsonaro, ironizou a decisão da Justiça. Eduardo Bolsonaro escreveu no perfil oficial dele no Twitter. «Alguém sabe se isso é uma piada ou algo sério e real?».
Ao longo da madrugada desta quinta-feira, 11, Danilo Gentili seguiu repercutindo a decisão com os internautas. «Não me levem cigarros, por favor. Levem charutos», escreveu na legenda de uma caricatura em que aparece algemado.
Em rede social, Maria do Rosário afirmou que a decisão é uma «vitória da democracia e da Justiça».