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Muro de vidro da USP faz um ano, não está concluído e tem peças quebradas

Imaginado para ser um presente para a cidade, o muro de vidro que separa a raia olímpica da USP (Universidade de São Paulo) da pista da marginal Pinheiros (zona oeste) virou um problema. Inaugurado há um ano, ele ainda não foi concluído e, desde o início, registra quebra das placas. Anteontem, faltavam 14 delas.

“A única coisa que mudou é que tem mais barulho e quebra toda hora. É mais uma dor de cabeça”, reclama a aluna da USP Mariana Oliveira, 23 anos.

Desde que os vidros foram instalados, a Polícia Civil já registrou 31 ocorrências de dano e quatro de furto nos painéis. Entre as causas investigadas estão possíveis falhas no projeto de instalação ou no estoque dos materiais, mas ainda não se sabe a razão oficial.

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O muro de vidro com quase 2,2 km foi idealizado em parceria da USP com a Prefeitura de São Paulo –na gestão de João Doria (PSDB) – e a iniciativa privada, que doou os materiais e o serviço para a construção e a instalação. A ideia era dar uma visão agradável da raia olímpica para os motoristas que passam pela marginal.

Em nota, a USP afirmou que as obras estão paradas desde o último trimestre de 2018 à espera de ajuste no projeto de instalação, que deve envolver prefeitura, universidade e empresas.

Por sua vez, a prefeitura afirmou que a obra não é de responsabilidade do município e apenas intermediou a parceria entre a USP e a iniciativa privada. Ainda assim, o prefeito Bruno Covas (PSDB) disse ontem que a prefeitura pode terminar a obra, caso a universidade não consiga parceiros.  

Para especialista, quebra é resultado de erro no projeto

Sócia de um escritório especializado em projetos de vidro para a construção civil, Tatiana Domingues afirmou que o projeto da raia olímpica da USP tem falhas.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Tatiana disse que a causa das falhas não tem relação com a vibração dos veículos da marginal Pinheiros nem com vandalismo, mas sim com o projeto de instalação.

A especialista afirmou que em alguns pontos falta apoio adequado para acomodar as placas e o que sistema de fixação não garante pressão uniforme. Além disso, as placas foram estocadas de forma precária e incorreta.

Responsável pela empresa Penha Vidros, que doou a mão de obra de instalação das placas, Jorge Abdush contestou a avaliação. O empresário afirmou que não há norma técnica para esse tipo de trabalho e colocou a culpa pelas falhas em bandidos que teriam furtado material para fixação das placas, esquadrias de alumínio e peças de aço.  (Ricardo
Capriotti, Rádio Bandeirantes)

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