O aparecimento de uma jiboia na área urbana de Santo André reuniu curiosos e ganhou destaque nas redes sociais. O animal foi encontrado na avenida dos Estados, na altura do número 8.000, no Parque Capuava, próximo ao Auto Shopping Global e ao atacadista Makro, por volta das 13h de anteontem.
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Os primeiros a avistarem a serpente na calçada foram funcionários da prefeitura que capinavam a região do rio Tamanduateí. A equipe dos serviços urbanos conseguiu prender o animal com um corda pequena.
O auxiliar administrativo Marcelo Bodnarchuk, 42 anos, conta que passava de carro pelo local quando viu uma reunião de pessoas e a jiboia. “Resolvi parar para fazer fotos e um vídeo. Ela estava com a corda na cabeça e até que parecia estar tranquila”, contou Bodnarchuk, que postou o vídeo do resgate em suas redes sociais.
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O auxiliar foi embora antes da vinda do Corpo de Bombeiros. A corporação confirma que foi acionada para o resgate, mas quando chegou ao local, a jiboia já não estava mais lá.
De acordo com a Prefeitura de Santo André, a serpente acabou fugindo e retornando para o terreno em que estava. A Secretaria de Meio Ambiente diz que a serpente não é venenosa e não oferece risco aos moradores. Mesmo assim, funcionários irão novamente ao terreno para tentar resgatar o animal. Os técnicos afirmam que o aparecimento de jiboias não é comum na região e que ela pode ter sido abandonada por alguém.
Desequilíbrio
A professora de biologia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Marta Marcondes diz que os bichos têm perdido seus espaços originais para as cidades. “A jiboia é um animal de áreas de Mata Atlântica, não é peçonhento. Ela mata por contrição. É difícil um bicho destes estar em Santo André.”
Para ela, uma das hipóteses é que tenha vindo em caminhões que chegam do interior para levar alimentos à Craisa (Companhia de Abastecimento de Santo André). A central de hortifrútis também fica na avenida dos Estados. Há possibilidade também de ter chegado junto aos alagamentos do dia 10 na cidade. Ou realmente ter sido abandonada por alguém que não conseguiu mais manter a jiboia como animal de estimação.
“Qualquer que tenha sido o motivo, o aparecimento da serpente mostra um desequilíbrio. E indica que nós, humanos, colocamos em risco espécies importantes”, alertou.
A professora diz que a jiboia pode continuar vivendo no local, onde encontrará ratos para sobreviver, e não traz riscos aos humanos. “Acho que a serpente deveria ser salva porque pode ser morta por alguém ou atropelada no trânsito.”
O Corpo de Bombeiros afirma realizar este tipo de resgate quando acionado. No caso da captura, o bicho é levado até o Instituto Butatan, na capital, especializado em serpentes.