As obras de implantação do corredor de ônibus São Pedro, em São Bernardo, têm prejudicado os comerciantes de trecho da rua dos Vianas, no bairro Baeta Neves, por onde passa a intervenção. As mudanças no acesso impactaram no fluxo de veículos e, consequentemente, no movimento dos estabelecimentos, dizem os pequenos empresários. A via, que antes era de mão dupla, opera agora somente no sentido centro-bairro.
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Um dos comércios prejudicados é um posto de gasolina, na altura do número 1.400. Anterior à obra, iniciada em fevereiro, o espaço funcionava diariamente, 24 horas. Atualmente, com a falta de clientela, fica aberto das 6h às 22h e não abre mais aos domingos. Da equipe de seis frentistas, metade foi demitida.
“A gente vendia cinco mil litros de combustível por dia. Agora vendemos 400, 500 litros”, contou o frentista Francisco Pereira Sousa, 53 anos. “Muitos clientes que tínhamos não vão dar uma volta para fazer o retorno e vir abastecer aqui. A prefeitura poderia se organizar com os comerciantes, porque o prejuízo é grande”, lamentou.
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A loja de conveniência também teve um trabalhador demitido e reduziu o horário de funcionamento. “Vendíamos de R$ 1.500 a 2.000, agora entre R$ 300, R$ 450”, comenta a atendente Cláudia do Nascimento Pereira, 38.
Proprietário há 43 anos de um bar e mercearia, Reinaldo Ferreira de Moraes, 78, disse que viu o movimento de seu estabelecimento cair “assustadoramente”. “Morreu o comércio aqui. Será que não tinham outras prioridades para fazer na cidade?”, indagou o comerciante.
Moradores também reclamam dos transtornos de locomoção causados pelas mudanças viárias que já ocorrem. “Para ir a duas quadras, tenho que percorrer até três quilômetros para fazer um retorno”, reclamou o aposentado Tadeusz Zarabski, 73. “Se tiver uma emergência, estou perdido”, acrescentou. Outra queixa é sobre a falta de informações acerca de como realmente ficará o sentido da via após o fim da obra. “Ninguém sabe de nada”, falou Sebastião Teodoro, 62, dono de uma banca de jornal.
A prefeitura alega que foi feita “ampla divulgação do início das obras por diversos canais de comunicação” e que “mantém contato com moradores e comerciantes que residem no entorno da obra”.
A administração ressaltou ainda que, como o corredor ainda está em obras, “a definição do fluxo de veículos na via está em análise técnica”. O governo municipal concluiu dizendo que a Secretaria de Transportes e Vias Públicas “está à disposição para dialogar com quem tenha dificuldade de acesso e locomoção”.