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Obra prejudica comércio na rua dos Vianas, em São Bernardo

Intervenção com escavadeira impede entrada em estabelecimento comercial Alessandro Valle/Abcdigipress

As obras de implantação do corredor de ônibus São Pedro, em São Bernardo, têm prejudicado os comerciantes de trecho da rua dos Vianas, no bairro Baeta Neves, por onde passa a intervenção. As mudanças no acesso impactaram no fluxo de veículos e, consequentemente, no movimento dos estabelecimentos, dizem os pequenos empresários. A via, que antes era de mão dupla, opera agora somente no sentido centro-bairro.

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Um dos comércios prejudicados é um posto de gasolina, na altura do número 1.400. Anterior à obra, iniciada em fevereiro, o espaço funcionava diariamente, 24 horas. Atualmente, com a falta de clientela, fica aberto das 6h às 22h e não abre mais aos domingos. Da equipe de seis frentistas, metade foi demitida.

“A gente vendia cinco mil litros de combustível por dia. Agora vendemos 400, 500 litros”, contou o frentista Francisco Pereira Sousa, 53 anos. “Muitos clientes que tínhamos não vão dar uma volta para fazer o retorno e vir abastecer aqui. A prefeitura poderia se organizar com os comerciantes, porque o prejuízo é grande”, lamentou.

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A loja de conveniência também teve um trabalhador demitido e reduziu o horário de funcionamento. “Vendíamos de R$ 1.500 a 2.000, agora entre R$ 300, R$ 450”, comenta a atendente Cláudia do Nascimento Pereira, 38.

Proprietário há 43 anos de um bar e mercearia, Reinaldo Ferreira de Moraes, 78, disse que viu o movimento de seu estabelecimento cair “assustadoramente”. “Morreu o comércio aqui. Será que não tinham outras prioridades para fazer na cidade?”, indagou o comerciante.

Moradores também reclamam dos transtornos de locomoção causados pelas mudanças viárias que já ocorrem. “Para ir a duas quadras, tenho que percorrer até três quilômetros para fazer um retorno”, reclamou o aposentado Tadeusz Zarabski, 73. “Se tiver uma emergência, estou perdido”, acrescentou. Outra queixa é sobre a falta de informações acerca de como realmente ficará o sentido da via após o fim da obra. “Ninguém sabe de nada”, falou Sebastião Teodoro, 62, dono de uma banca de jornal.

A prefeitura alega que foi feita “ampla divulgação do início das obras por diversos canais de comunicação” e que “mantém contato com moradores e comerciantes que residem no entorno da obra”.

A administração ressaltou ainda que, como o corredor ainda está em obras, “a definição do fluxo de veículos na via está em análise técnica”. O governo municipal concluiu dizendo que a Secretaria de Transportes e Vias Públicas “está à disposição para dialogar com quem tenha dificuldade de acesso e locomoção”.

Intervenção com escavadeira impede entrada em estabelecimento comercial (Alessandro Valle/ABCDigipress/Alessandro Valle /ABCDigipress)

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