«Se eu pudesse votar…». Esta era a tarefa proposta para os alunos do 3º ano do ensino fundamental de um colégio da rede pública no Guará, no Distrito Federal. A partir da reflexão, as crianças deveriam escrever um pequeno texto com seus motivos para escolher determinado candidato e fazer um desenho. O resultado assustou funcionários, professores e também eleitores que estiveram no local, que funcionou como seção eleitoral no último domingo (28), segundo turno das eleições.
ANÚNCIO
Um dos desenhos mostra o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) disparando uma metralhadora e vem acompanhado por um texto: «Ele vai dar armas para as crianças, adultos e velhos e matar os viados.» Em outro cartaz, a criança afirma: “Ele parece que vai ser um bom presidente, mesmo que ele tenha preconceito”. Também houve apoio ao candidato derrotado, Fernando Haddad (PT), embora em menor escala.
![](https://www.metroworldnews.com.br/resizer/v2/ZCUTVMS6U5CFPFVP3IHGCV5YB4.jpg?auth=fb5dec5a5ae9f6145e02a851dc8f211f19ce2f75325da5f3569515b63901895b&width=800&height=600)
Leia também:
Bolsonaro vai doar dinheiro de campanha que sobrou para Santa Casa de Juiz de Fora
Sites vendem artigos de festa com tema Bolsonaro
O jornal Metrópoles esteve no colégio Escola Classe 2 e conversou com a diretora Cindia Carpina Cury. «Essas crianças me falaram que têm pensamento radical. É preciso respeitar opinião, mas o que denigre o ser humano não é considerável. Por isso, faço questão de levar esse assunto à sala de aula, intervir pedagogicamente«, disse à reportagem.
Segundo Cindia, a tarefa foi realizada na sexta-feira (26), antes da votação para o segundo turno, e os trabalhos não foram analisados pela professora da classe antes de serem expostos no mural da escola. “Fui pega de surpresa hoje. Não vi na sexta. A maioria dos cartazes é sobre o Bolsonaro e alguns têm informações sobre homofobia, mas não sei se as crianças têm esse comportamento nem conheço o contexto em que elas vivem”, afirma.
Os alunos responsáveis pelos desenhos e seus pais serão chamados para conversar. De acordo com o jornal Metrópoles, os cartazes foram removidos.
![](https://www.metroworldnews.com.br/resizer/v2/UJEUE4V3KFCRBMXL6WBPHFDKGU.jpg?auth=ebb4551869130817540a1ca414682b304949551dd21924ada347af2015ac2ce6&width=800&height=600)